Golpes em João Pessoa causam prejuízo de R$ 9 milhões em apenas seis meses

Gang especializada em clonar cartões de crédito foi desmantelada pela DDF em julho último (Foto: policiacivil.pb.gov.br)

Gang que clonava cartões de crédito foi presa em julho pela DDF (Foto: PCPB)

Golpes aplicados por trambiqueiros em geral e estelionatários em particular causaram prejuízos de R$ 9 milhões a pelo menos 176 vítimas e apenas no primeiro semestre deste ano na ‘praça’ de João Pessoa. O cálculo é do delegado de Polícia Civil Lucas Sá, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), da Capital.

Nesse ritmo, o número de golpes tende a dobrar até o final do ano. Inclusive porque denúncias de estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos e crimes assemelhados não param de chegar à Delegacia de Defraudações, onde em 2016 já foram instaurados 176 inquéritos e 96 acusados presos até a semana passada.

A incidência maior é de crimes praticados pela Internet, especialmente fraudes em anúncios de produtos e serviços e clonagem de dados pessoas que se dá através do envio de e-mails e outros tipos de mensagem eletrônica. É muito alto o risco de um internauta ter documentos hackeados para uso criminoso, avalia o delegado Lucas, recomendando o máximo de atenção e cuidado a quem navega por ‘águas’ que não conhece no oceano da web.

Informações exclusivas dos incautos (CPF, RG, endereço, conta corrente, referências comerciais e bancárias etc.) são facilmente pirateadas por bandidos para serem utilizadas na execução de condutas criminosas, a exemplo de compras indevidas, abertura de contas bancárias e contratação de empréstimos consignados. Em sentido contrário, a identificação de criminosos que agem por trás da tela do computador é sempre mais complicada, porque seus dados só podem ser acessados mediante autorização judicial. Pode levar meses e até anos para a Justiça autorizar uma quebra de sigilo.

Abertura de empresas

Abrir uma empresa com uso de documentos falsos é outro golpe dos mais frequentes e mais facilitados nesse submundo. “É um tipo de fraude que independe da conduta da vítima para que seja praticada, uma vez que os criminosos têm acesso a banco de dados e utilizam esses dados para consumar o crime”, mostra o delegado. E o que é pior: “A vítima, nesse caso, não tem como se prevenir, apenas monitorar seus dados bancários e comerciais para verificar se algum delito em seu nome foi praticada”, aconselha Lucas Sá.

Mais de 1.800 inquéritos

O delegado disse que a Polícia já conseguiu solucionar diversos casos nos últimos anos, bloqueando bens, apreendendo objetos e valores e prendendo suspeitos. Mas esse é um trabalho praticamente inesgotável. Atualmente, tramitam pela Defraudações cerca de 1.820 inquéritos. São mais de 36 modalidades de fraudes investigadas e a mais comum, o estelionato, aparentemente tem uma punição considerada branda no meio policial. Abrandamento que estimularia a reincidência: a pena é de um a cinco anos anos de reclusão, podendo dobrar quando a vítima for idosa (de 60 anos ou mais de idade).

Mas, muita atenção!

Os dados aqui revelados são apenas da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da Capital. Não refletem, portanto, a realidade de João Pessoa (muito menos da Paraíba, com um todo) em matéria de golpes e golpistas. Que muitas vezes ficam impunes porque suas vítimas não prestam queixa, não fazem denúncia à Polícia. Alguns, por incrível que possa parecer, com vergonha de expor publicamente que foram ludibriados. Ou porque também são ameaçados pelos impostores ou falsificadores.

(Valéria Sinésio)

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