
Imagem: TripAdvisor
Pilar, cidade da Paraíba, terra natal do escritor José Lins do Rego, o destino. Cercania da Rua do Cruzeiro, na Serventia, o endereço. Perguntando a um e a outro a casa de Mãe Solteira foi localizada.
A senhorinha franzina, que atendia pelo codinome Mãe Solteira, tinha os seus sessenta anos com aparência de noventa e alguma coisa a mais. Chegou à porta da frente de sua morada e, com cara de poucos amigos, encarou quem a procurava.
Tinha o rosto com sulcos causadas pelo excesso de sol no trabalho na lavoura. Habitava uma choupana de chão batido, paredes de taipa e telhado de palha. Da entrada do seu lar era possível visualizar todo o pequeno reduto que a abrigava.
A conversa começou com a forasteira sendo interrogada sobre o motivo da visita. Foi logo intimidando com um olhar de meter medo. A visitante resolveu dizer que tinha sabido do interesse de sua neta em trabalhar na capital.
De repente, surgiu a mocinha puxando uns caprinos por dentro de casa. A velha senhora gritou: “avie, menina, você vai pra capitá”.
“Chega qui”, falou Mãe Solteira mostrando à desconhecida uma chaleira com água fervendo num fogão à lenha. “Tá vendo, né?”, perguntou à futura patroa da neta. “Espia bem”. A moça ficou com a orelha em pé, questionando a advertência.
Logo depois, a neta apareceu com uma trouxa com os seus pertences. Ao sair, pediu a bênção à avó, que lhe tranquilizou: “não se avexe”, e apontou a chaleira como código de segurança das duas.
Graças ao “Padim Ciço”, dizem os devotos, o segredo da dupla não foi acionado.