NESTE DIA TÃO FELIZ… por José Mário Espínola

Ilma e José Mário Espínola (acervo pessoal do autor)

Não é uma data feliz para muitas mulheres que sofrem justamente por serem Mulheres.

Mas elas aos poucos vêm crescendo e se impondo como fator imprescindível ao desenvolvimento do Homem.

Continuam injustiçadas. E muito! E maltratadas mundo afora, em algumas sociedades mais que outras.

Acreditam os religiosos que o homem é a imagem e semelhança de Deus, que o fez a partir do barro. Tenho cá muitas dúvidas. Mas tenho a minha certeza: se foi assim, a mulher foi feita a partir de uma liga formada de titânio e uma porcelana muito fina.

Elas são em todos os sentidos melhores e dotadas de uma fragilidade enganosa, pois são muito mais fortes que o homem, exceto pela força física. E olhe lá! Já vêm desafiando muitos homens, e vencendo! Se perdem na força física, ganham na força moral, no caráter, na capacidade para suportar o pesado, sem desistir.

Tenho a felicidade de ter uma delas comigo ao longo de cinco décadas. Numa bela combinação conseguimos formar uma dupla vencedora. Muito do que sou devo a ela, minha referência inabalável para possibilitar que eu desenvolvesse as minhas habilidades natas. A ela, portanto, agradeço eternamente.

Gostaria de ter proferido estas palavras quando do seu recente aniversário, data tão significativa para todos nós que a amamos. Eu não estava, porém, sentindo-me psicologicamente forte para isso, a homenagem não sairia à altura do mérito de Ilma.

Em seu nome, na sua figura, presto a minha homenagem a todas as mulheres do Mundo!

FELIZ DIA MUNDIAL DAS MULHERES!

A NOIVA DA OLIGARQUIA, por Babyne Gouvêa

homem prendendo uma mulher na cama em simulação de estupro

Crédito: IStock/@adl21

Dias atrás, a escritora Ana Adelaide Peixoto, grande amiga, foi merecidamente laureada com o Troféu Maria da Penha – prêmio em homenagem a quem se destaca por ações que beneficiam, valorizam e protegem as mulheres. Esse fato me provocou um imediato reflexo, levando-me à infância. Vejamos adiante.

Entre o final da década de 50 e início de 60, residia em uma das principais avenidas da cidade uma jovem esbelta e bonita que chamava atenção por onde passava. Costumava caminhar de sua casa até uma praça bem frequentada, onde moradores do bairro se divertiam e descansavam em seus jardins floridos. O trajeto ganhava a beleza do andar de movimentos naturalmente sensuais daquela moça. Além de tudo, deixava no ar um cheiro marcante de almíscar por onde passava.

Ela tinha o hábito de subir ao coreto do largo e tentar inocentemente brincar com os músicos da Banda Municipal, que ali tocavam. Em seguida, descia e era seguida por galanteios masculinos e pilhérias da criançada, mas não perdia o rumo da caminhada. O motivo da chacota: a moça levava sobre a cabeça uma cesta carregada de pedras em substituição a peixes que dizia vender.

Ninguém sabia que peixe não havia, a não ser uma criança muito astuta e desconfiada que resolveu bisbilhotar conversas adultas sobre a moça. Descobriu, então, que aquela que provocava anseios nos rapazes tinha sido violentada sexualmente pelo próprio noivo e amigos dele. À vítima de tamanha brutalidade de seres tão bárbaros e cruéis restaram o trauma e sequelas mentais evidentes por toda a vida.

A criança que fez tal descoberta não tinha, em razão da idade, compreensão suficiente do vocabulário usado pelos familiares mais velhos no relato daquele triste caso, mas a esperteza contribuiu para discernir que se tratava de algo grave. Merecia atenção e indagações, portanto, da curiosidade infantil e suas preocupações.

A moça da avenida foi ultrajada exatamente por quem lhe havia prometido casamento, um herdeiro da elite local. O crime foi abafado na sociedade, como sempre ocorre quando a violência contra a mulher é praticada por membros dos meios social e econômico mais abastados.

Ressalte-se que o fato ocorreu há cerca de sessenta anos, atestando que a mulher é subjugada desde épocas remotas, muitas vezes por seu companheiro. É importante, pois, sempre denunciar a violência sofrida pelas mulheres, mesmo quando muitas preferem silenciar por temer retaliação.

A pobre moça dessa história, de tão abalada, não teve como conduzir a sua vida normalmente, privando-se, inclusive, de desenvolver qualquer atividade profissional. Além disso, suas amizades sumiram com desculpas preconceituosas e as respectivas famílias julgaram e condenaram sumariamente pessoa tão carente de amparo. E o noivo estuprador, por sua vez, seguiu impune e fez carreira política. 

Formada a compreensão de tudo o que acontecera, a criança que desvelou a barbárie lamentou muitíssimo não ser adulta para poder defender aquela criatura delicada e vulnerável, vítima da misoginia e de uma oligarquia que tudo fez para proteger o seu monstro.

Mas aquela criança, uma menina, cresceu, amadureceu. Jamais esqueceu as imagens da mulher devastada, delirante e anônima. Imagens que tanto marcaram a sua infância.

Álcool triplica risco de estupros

Estudo sugere que bebida triplica risco de mulheres serem violentadas (Foto ilustrativa: Tribuna de Petrópolis)

Estudo diz que homens e mulheres são expostos a riscos diferentes quando abusam da bebida e sugere coibir ‘baladas open bar’ para evitar violência 

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Deputada cobra divulgação semanal de estupros e outros crimes contra a mulher

Camila chama a atenção para elevada sub-notificação nos casos de estupro

A deputada estadual Camila Toscano (PSDB) cobrou nesta terça-feira (2) que o Governo do Estado divulgue semanalmente as ocorrências de estupro e outros crimes contra a mulher na Paraíba. Cobrou também que as autoridades da Segurança Pública adotem medidas urgentes e mais efetivas de prevenção da violência e de proteção às vítimas.

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Projeto lança página na Internet dedicada à mulher do campo

(Foto: Ilustração – Ascom/Procase)

O Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (Procase) lançou na manhã desta quinta-feira (10) página na Internet dedicada às mulheres que vivem no campo na Paraíba. O lançamento foi realizado às 10h, no Centro Paroquial João XXIII, de Remígio.

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MP denuncia um agressor de mulher a cada duas horas e meia na Paraíba

A cada duas horas e meia, um agressor de mulheres é denunciado pelas promotorias de Justiça no Estado da Paraíba. De acordo com dados disponibilizados pela Corregedoria do Ministério Público da Paraíba (MPPB), no ano passado, foram oferecidas 3.469 denúncias relacionadas à violência doméstica e familiar contra a mulher. O número é 26% maior do que o registrado em 2015 (2.744 denúncias oferecidas).

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Mulher espera há quatro anos por julgamento do agressor

violencia-domestica2Há quatro anos Marta aguarda julgamento de processo movido contra seu ex-companheiro por violência doméstica. Uma espera angustiante, segundo a vítima, que teme encontrar seu algoz por aí, em uma esquina qualquer. E ser novamente espancada ou coisa pior.

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UFPB: mulher agredida fará denúncia online

grito por elasO Grupo de Estudo e Pesquisa em Gênero e Mídia (GEM) da UFPB lança na próxima quarta-feira (27), em João Pessoa, projeto de extensão denominado ‘Um grito por elas: mulheres contra a violência’ com plataforma virtual para receber denúncias online sobre agressões dentro da instituição. São “casos silenciados de assédios e violências, explícitas ou simbólicas, ocorridas contra a mulher na UFPB”, explica texto publicado no portal da Universidade.

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