Ontem, no dia em que as mortes por Covid ultrapassaram o total de 300 mil, desde o primeiro caso no dia 17 de março de um ano atrás, o Brasil foi surpreendido por notícias alvissareiras.
A primeira foi pela manhã, quando o presidente do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, promoveu uma reunião com os presidentes da República, Sr. Jair Messias(?) Bolsonaro; do Supremo Tribunal Federal, ministro Luis Fux; e da Câmara, deputado Artur Lira.
Esta reunião, tão desejada pela população enlutada e pela parcela que ainda tem esperança, selou, espera-se, a união dos Poderes constituídos em prol da unificação das ações de saúde dedicadas à pandemia que assola o planeta, em especial o nosso país.
Foi criada uma comissão mista com o objetivo de unificar o combate à Covid, potencializando e unificando as ações de saúde realizadas pelo Ministério da Saúde, os governos estaduais e municipais, e distribuindo os insumos e equipamentos necessários a todos os cidadãos.
Pelo menos foi o que anunciou o senador Pacheco… A reticência fica por conta da máxima de que, no Brasil, quando não se quer resolver um problema, cria-se uma comissão. Mas eu acho que essa irá funcionar, sim. Pois parece que a tragédia sanitária finalmente sensibilizou os senhores políticos.
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A outra boa notícia foi a declaração do presidente da Câmara, deputado Artur Lira. Ele enquadrou o presidente(?) da República, Jair Bolsonaro, exigindo deste um bom comportamento, em todos os sentidos, fazendo-lhe ameaças constitucionais.
Artur Lira, ocupando a presidência da Câmara com o apoio explícito e decisivo de Bolsonaro, surpreendeu assim a todos nós. Ele fez em dois meses o que Rodrigo Maia não fez em dois anos.
Agindo assim, tanto o deputado Lira quanto o senador Pacheco conferiram Bolsonaro à sua real dimensão: a insignificância. Demonstraram-lhe que a nação é maior do que ele. Que o país pode passar com ele, sem ele ou apesar dele.
Que Jair Bolsonaro não passa de um adorno feio totalmente perdido na beleza do Palácio do Planalto…
Coincidência ou não, na noite anterior ele havia feito um pronunciamento à nação, durante o qual relatou como realização sua tudo aquilo que não fez, até o momento. Reafirmou, assim, a sua alcunha de O Minto.
Ficou evidente que o pronunciamento não foi muito bem recebido, dada a manifestação espontânea de panelaços pelo Brasil inteiro.
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Não perdendo a oportunidade, liguei para o amigo patriota:
– E aí, Verde & Amarelo, tudo bem? Ontem foi um dia histórico: pela manhã o presidente do Senado assumiu o protagonismo e fez O Minto recolher-se à sua insignificância. E à tarde O Minto foi ameaçado veladamente pelo presidente da Câmara, caso não quisesse se recolher. Como homem dos bastidores que você é, o que acha que o G.O., Gabinete do Ódio, vai fazer? Vai deixar por isso mesmo? Ou vai reconhecer a própria covardia, botar o rabinho entre as pernas e num fazer nada? Não vai espalhar nenhuma sujeirazinha dos dois políticos? Ou será que o G.O. já não mais destila esses ódios todos? Será que o G.O. não passa de um WC pestilento (daqueles de posto de gasolina) anexado ao gabinete do presidente?
Tut-tut-tut… A ligação caiu antes que ele respondesse.