42 ANOS DE PROFISSÃO, por Aderson Machado

Bloco de Aulas do Centro de Tecnologia da UFPB (Foto: pt.foursquare.com)

Transcorria o longínquo ano de 1978. Nesse ano, então, terminara o curso de Engenharia Civil, na UFPB, Campus de João Pessoa. Até conseguir esse êxito, eu começara, em 1960, a aprender as primeiras letras com a minha professora – e madrinha – Mariinha (in memoriam), no Sítio Fechado, no município de Areia, Paraíba.

Com madrinha Mariinha, eu estudei apenas o primeiro ano do curso primário, o suficiente para ter aprendido a escrever o meu nome bem como fazer as quatro operações aritméticas: adição, subtração, multiplicação e divisão. Muito, porém, em se tratando de apenas um ano de estudo.

No segundo ano, eu passara a estudar na Escola Elementar Mista, cuja professora, Dilza Ribeiro (in memoriam), era prima legítima de Mariinha. Essa escola também se localizava no Sítio Fechado. É bom lembrar que para ambas eu ia a pé, já que ficavam perto de minha casa.

O fato é que, com Dilza, eu estudei até o final do então curso primário, concluído no ano de 1965. Assim, concluí esse curso, em sua totalidade, na área rural de Areia. Depois disso, passei a me preparar para fazer o tradicional Exame de Admissão ao ginásio. Tendo sido aprovado, em 1966, fui estudar no tradicional Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (CAVN), em Bananeiras, outro município do Brejo Paraibano.

Tratava-se de uma instituição federal de ensino, para onde muitos alunos dos diversos estados nordestinos, e até da região norte do nosso País, se dirigiam para concorrer a uma vaga. Escusado dizer que havia uma triagem muito rigorosa para que os alunos conseguissem essa tão cobiçada vaga no CAVN, haja vista a grande concorrência, porquanto o ensino lá era da melhor qualidade.

Como se tratava de uma escola agrícola, os filhos de agricultores tinham prioridade em relação aos demais. Foi o meu caso. Essa prioridade, é bom frisar, valia em caso de dois alunos tirarem a mesma nota. Assim, quem fosse filho de agricultor ficaria com a vaga.

Em março de 1966, começaram as aulas no CAVN e eu passei a viver uma nova realidade, desta feita estudando em regime de internato, longe de minha família. Mas esse era o caminho a ser trilhado, para que um dia eu conseguisse os meus objetivos. Nesse educandário, eu estudei durante cinco anos, saindo de lá no final de 1970, depois de ter concluído o primeiro ano do curso técnico agrícola, o que equivale, hoje, ao primeiro ano do ensino médio.

No ano de 1971, fui estudar em João Pessoa, para fazer o curso científico, já que a minha ideia era fazer vestibular para o curso de Engenharia Civil. Com efeito, foi no Colégio Estadual do ABC, no bairro de Jaguaribe, que concluí o segundo grau, no ano de 1972. No ano seguinte, sendo aprovado no vestibular, ingressei no curso de Engenharia Civil da UFPB, onde colei grau em 27 de julho de 1978 como Engenheiro Civil.

Entrementes, quando cursava o último período do meu curso, eis que foram abertas as inscrições para o concurso do então DNER (hoje DNIT). Como o edital desse concurso contemplava os estudantes concluintes, que era o meu caso, pude me inscrever, sendo que tive que optar em fazer a prova em Pernambuco, já que não havia vagas na Paraíba, a minha terra natal.

O concurso em apreço realizou-se em abril de 78, mas só em julho saiu o resultado. Para a minha surpresa e alegria, recebi um telegrama dando conta de minha aprovação, exatamente no mês em que colei grau, conforme acima citado. Devo dizer, com certo orgulho, que fui o único paraibano aprovado no citado concurso.

Tive o prazer, entretanto, de encontrar na minha repartição muitos engenheiros paraibanos, que me precederam no outrora DNER. Aliás, o meu primeiro chefe foi exatamente o engenheiro paraibano Aston Medeiros dos Santos, na cidade de Floresta, Pernambuco, onde cheguei no dia 5 de dezembro de 1978 para exercer a minha profissão.

Por fim, acrescentaria que a minha carteira profissional foi assinada no dia 17 de novembro de 1978. Até a data de hoje, depois de 42 anos e alguns meses, estou ainda na ativa, por opção, na cidade de Salgueiro (PE), sendo o Engenheiro do DNIT mais antigo em todo o estado de Pernambuco!

  • Aderson Machado é Bacharel em Letras e Engenheiro Civil
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