UM MAU EXEMPLO, por José Mário Espínola

Apesar do coronavírus, atos pró-Bolsonaro ocorrem em várias cidades |  Notícias e análises sobre os fatos mais relevantes do Brasil | DW |  15.03.2020

Cena cotidiana: Bolsonaro aglomera com simpatizantes sem máscara ou distanciamento (Foto: DW)

O Brasil apresentou ontem dois marcos internacionais, ambos tendo como principal causa a pandemia por covid 19, porém nenhum deles digno de comemoração.

Pela manhã, recuou três lugares entre os países de maior Produto interno bruto, o PIB, ficando em 12º lugar, atrás de Rússia e Coréia do Sul. Mas, para quem achou que essa era uma má notícia, precisa ouvir a segunda “conquista” internacional sobre o nosso país: à noite, o Brasil avançou um lugar e tornou-se o líder em mortes por covid 19 entre todos os países do mundo.

Essa liderança é a nossa preocupação maior, pois prejuízos do PIB depois serão compensados. Se houver competência para isso. O alto grau alcançado pela pandemia parece ser produto de uma fórmula diabólica: o mau exemplo dado pelas autoridades, especialmente pelo presidente da República, Sr. Jair Messias(?) Bolsonaro, seguido pelo comportamento irresponsável da grande maioria da população.

O primeiro não cansa de se esmerar em exemplo ruim para o povo: alta exposição sem máscaras, promiscuidade pública, negação da gravidade da doença, e negação da ciência, perseguindo e divulgando “tratamentos” ineficazes, como fez com a divulgação e aquisição e distribuição da cloroquina. E como está fazendo agora, ao anunciar que existe em Israel um spray milagroso no tratamento dessa doença.

Já o comportamento coletivo é o pior possível. Na ausência de uma figura respeitável, com o perfil de líder confiável que dê o bom exemplo, o povo faz o que acha melhor PARA SI, não se achando com o menor compromisso para com a coletividade. Nem se achando responsável para com a vida do próximo.

Os exemplos que nós assistimos são estarrecedores! Pessoas aglomeradas ou acumuladas, na maior promiscuidade social. A base desse relaxamento está no ano passado, mais exatamente no mês de novembro, quando autoridades, municipais e estaduais permitiram que acontecesse campanha política presencial. Jamais poderiam ter feito isso! Contaram com a leniência da Justiça, que fez vista grossa.

Depois da campanha, vieram as chamadas festas de fim de ano. Embalados pela sensação de liberdade, o povo se aglomerou em comemorações, íntimas ou coletivas. Daí para se aglomerar no carnaval foi um salto.

O vírus está aí, cobrando caro. Todos os dias milhares de brasileiros morrem, qual vários desastres aéreos por dia. Todos os dias perdemos um ente querido.

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Ao longo da nossa formação nós somos expostos às influências. Na infância, do exemplo paterno e materno. Na juventude, sofremos a influência do nosso meio. Já adultos, passamos a ser influenciados por líderes políticos. Mais tarde, surgem outras influências, como a mídia.

A TV Globo e o SBT, por exemplo, exercem profunda influência sobre o comportamento da população, nem sempre de forma saudável. Já conseguiram fazer a opinião pública eleger alguns presidentes.

Mais recentemente, de uns sete anos pra cá, surgiu aquilo que está se demonstrando como a influência mais nefasta, pior que a TV Globo: as chamadas redes sociais. No entanto, essas, se bem utilizadas, poderiam ser decisivas para o comportamento mais saudável da população diante da epidemia. Mas dificilmente isso acontecerá enquanto o presidente da República, Sr. Jair Messias(?) Bolsonaro continuar exercendo a sua influência fatal.

Está muito difícil ver um final feliz.

É BOM ESCLARECER
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