CLUBE DOS INSONES, por Ana Lia Almeida

Perda do sono

Imagem meramente ilustrativa copiada de selecoes.com.br

Faço parte do distinto Clube dos Insones da Quarentena. Trocamos o dia pela noite, dormimos tarde e acordamos cedo, no meio da madrugada pensamos que estamos sonhando, mas, quando damos por nós, estamos mesmo é pensando acordados. Em resumo, dormimos pouco ou simplesmente não conseguimos dormir e pronto. A turma se levanta e acabou-se.

A condição para entrar nesse clube é ter o juízo ardido. Alguma coisa tem de queimar dentro da sua cabeça: a dúvida sobre aquela infiltração vir do telhado ou da parede do banheiro; a luz da cozinha que você não tem certeza se apagou, as últimas páginas daquele livro que você está lendo e não sabe se o rapaz vai preso, vai se matar ou o quê afinal. Um motivo qualquer para arder o juízo e lá se vão os insones gastando a madrugada.

O dia seguinte de quem não dorme, evidentemente, é quase sempre um dia perdido. Saber disso, para a nossa desgraça, contribui para a perda do sono. Afinal, como é que amanhã faremos aquela tal coisa se não estamos conseguindo dormir, e por aí a aurora desanda? Melhor mesmo, nessas horas, é admitir a insônia e cuidar da vida, ir até a cozinha apagar a luz de novo, voltar pra cama e terminar logo o livro. A infiltração a gente deixa para o dia seguinte.

Por muito pouco a vida sempre pode nos roubar o sono. O nosso Clube dos Insones, no entanto e infelizmente, tem mais de cem mil motivos para não dormir.

• Ana Lia Almeida é Professora e Cronista

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