CHIFRE A DISTÂNCIA, por Ana Lia Almeida

Foto: Danae Diaz/BBC Three/BBC News Brasil

Um tema sensível da quarentena.

Circulou no WhatsApp um vídeo engraçadinho, desses que nos aliviam da tragédia atual. Nele, um jovem senhor compara o coronavírus ao Ricardão. “Se você ficar em casa, ele não vem!”, eis a mensagem, recado ou alerta.

Reconhecendo o genial incentivo popular ao isolamento social, devo trazer alguns elementos para enriquecer o debate. Trata-se das tão faladas ferramentas digitais, que hoje possibilitam de um tudo. Videoconferências reúnem dezenas de pessoas para o trabalho ou para uma festa de aniversário; plataformas digitais realizam desde plenárias do Congresso Nacional até sessões de terapia; mesmo os protestos estão hoje acontecendo por meio de lives do YouTube.

Então, o que dizer do preocupante chifre digital ou a distância? Certamente continua sendo algo que o sujeito coloca na própria cabeça, mas, em tempos de fragilidade emocional e ansiedade generalizada, a questão merece ser discutida com cuidado. Em analogia ao difundido jargão dos anos 90, “selinho não é gaia”, com muito mais razão podemos amenizar o sofrimento daqueles que enfrentam este problema.

Se estas linhas foram escritas para você, recomendo que tenha calma, deixe a questão um pouco de lado e aguarde a quarentena passar. Postergue. Depois disso, caso a situação persista e evolua para a modalidade presencial, você terá mais condições emocionais e práticas de pensar no que fazer. Saiba também que as ferramentas digitais estão à disposição para o uso de todas e todos, indiscriminadamente.

  • Ana Lia Almeida é Professora e Escritora
É BOM ESCLARECER
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4 Respostas para CHIFRE A DISTÂNCIA, por Ana Lia Almeida

  1. Ramalho escreveu:

    Essa é a melhor leitura durante a quarentena. Rir é um santo remedio

  2. Genial, Rubens, a analogia que a autora faz entre a quarentena, o computador/celular e (in)fidelidade!
    Texto de muita qualidade.

  3. Vou procurar os outros textos dela

  4. Genial, Rubens, a analogia que a autora faz entre o real e o digital.
    Muito bom