O FIM DO MUNDO, por Aderson Machado

Imagem copiada da Revista Galileu/Globo (Foto: Public Domain Pictures)

Quando era uma criança, já ouvia as pessoas falarem que o mundo ia se acabar. E confesso que essa previsão – sinistra – me metia um medo sem precedentes.

Pois bem, imagine, caro leitor, um menino como eu, cheio de vida e de anseios, alegre, vivendo a brincar, o dia todo, e todos os dias, com os meus pares e, de repente, chegar a meus ouvidos essa conversa dando conta do fim do mundo! Eu, positivamente, não me sentia confortável com esse estado de coisas e, pior, chegava até a perder o sono e a tranquilidade em função de tal ideia.

Com o passar dos dias e dos anos, eu fui ficando mais “tranquilo”, até porque essas mesmas pessoas que apregoavam o fim do mundo, ou dos tempos, não o faziam com uma maior clareza, como, por exemplo, não definiam uma data, um ano, enfim. A coisa, assim, ficava meio vaga. E o fato é que de criança me tornei menino, depois adolescente, e nada de o mundo acabar!

Já rapaz, e como ainda as pessoas insistissem com essa história do fim do mundo, me recordo que o meu pai, a respeito, dizia com todas as letras: “O mundo acaba para quem morre”. Com essa assertiva, eu ficava cada vez mais convencido de que o que o povo falava não merecia credibilidade. Afinal, não iria deixar de acreditar no meu velho e experiente pai…

Na verdade, não só meu genitor tinha essa visão sobre o fim do mundo. Eu ouvira de outras pessoas opiniões semelhantes às de meu pai. E assim, gradativamente, ia ficando menos temeroso quanto ao fato de o mundo acabar.

A propósito, já adolescente, percebi que esse boato sobre o fim do mundo vem de muito tempo. Com efeito, quando Cristo ressuscitou dos mortos, há mais de dois mil anos, Ele prometera aos seus apóstolos que voltaria à Terra no dia do juízo final. Só que esse dia nem o próprio Jesus sabia, senão o Pai – Deus. Mesmo assim, os apóstolos achavam que era iminente a segunda vinda de Cristo.

Questionado por seus seguidores, Cristo foi enfático em dizer-lhes que, no final dos tempos, sinais apareceriam nos céus, haveria terremotos, pestes, guerras, epidemias e, sobretudo, falsos profetas, e que todos ficassem em alerta máximo, porquanto a sua volta dar-se-ia no momento menos cogitado.

O fim do mundo, a meu ver, tem outras conotações. Depende, portanto, da maneira de ser de cada pessoa. Assim, para quem não tem fé, esperança, alegria de viver, paz de espírito ou coisa que o valha, este o mundo já acabou faz tempo! Por outro lado, para as pessoas altivas, otimistas, sadias de mente e corpo, fraternas e religiosas, acima de tudo, o fim do mundo – ou da humanidade – não representa nenhuma temeridade, porquanto elas estão conscientes do dever cumprido aqui na terra.

Voltando ao tempo de criança, devo dizer que com relação ao fim do mundo eu tinha outra preocupação: era o fato de que ele iria acabar com fogo, já que, da primeira vez, o mundo acabou através de um dilúvio, ou seja, acabou com água. Noé que o diga…

E, segundo as Escrituras Sagradas, tem sentido o que foi dito logo acima.

A propósito, em 2 Pedro 3:10, lemos: “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão”.

Ao fim e ao cabo, em função desta Pandemia pela qual estamos passando, eu fico pensando: Será razoável inferirmos que o final dos tempos está mais perto do que possamos imaginar?!

Quem viver verá!

  • Aderson Machado é Engenheiro Civil e Bacharel em Letras
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