EUDES MOACIR TOSCANO, por Aderson Machado

Eudes Toscano com seu último livro, lançado em 2017
(Foto: Phelipe Caldas/GloboEsporte.com/pb)

É costume de muita gente homenagear pessoas quando elas deixam o nosso convívio físico. Fugindo à regra, prefiro elogiar e reconhecer quem está material e intelectualmente entre nós, a exemplo do que fiz com o saudoso comentarista esportivo Ivan Bezerra de Albuquerque.

Agora, volto-me para outro grande radialista quase com a mesma rodagem do querido Ivan. Trata-se do narrador esportivo Eudes Moacir Toscano, que ainda milita na Rádio Tabajara de João Pessoa, Paraíba. Creio que ele é o mais antigo em atividade no seu ofício, que desempenha magistralmente na emissora do Estado.

Lembro que apenas em 2018 tive a honra e a satisfação de conhecer pessoalmente o homenageado de hoje, embora acompanhe o trabalho de Eudes desde minha adolescência, quando morava na zona rural de Areia, no Brejo Paraibano.

Para ser mais preciso, comecei a ouvir as narrações de Eudes no final dos anos sessenta do século passado, sempre através da gloriosa Tabajara, na época uma das rádios de maior audiência na minha região de origem.

Eudes passou por outros prefixos, inclusive emissoras de Campina Grande, antes de estrear na Tabajara. Em João Pessoa, trabalhou inicialmente na Rádio Arapuã.

Além das transmissões dos jogos do futebol paraibano sob o comando de Eudes, Ivan Thomaz é outro narrador de quem gostava muito.

Com todo respeito aos demais profissionais do ramo, Eudes destaca-se por seu estilo peculiar e ao mesmo tempo tradicional de transmitir as emoções do futebol pelo rádio.

Por tudo isso, além das qualidades pessoais desse ícone da radiofonia paraibana, não consigo imaginar a Tabajara sem o talento e o carisma de Eudes Toscano.

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Por força da profissão, como Engenheiro Civil, em 1978 passei a morar em Pernambuco, onde estou ainda hoje. E foi aqui onde acompanhei, pelo rádio, a épica vitória do meu Botafogo diante do todo-poderoso Flamengo, em pleno Maracanã.

Não foi um amistoso. Foi um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Salvo engano, a memorável partida do Belo aconteceu no dia 6 de março de 1980, com a vibrante e emocionante narração de Eudes Toscano.

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Uma curiosidade. Nutria certa superstição em relação a Eudes Toscano. Quando ele narrava Botafogo X Treze, quase sempre perdíamos para o Galo da Borborema. Tempos depois, soube que ele torcia pela equipe de Campina. Uma coisa nada tem a ver com outra, estou convencido. Coincidências, apenas.

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Eudes Toscano também é escritor, tendo publicado, até onde sei, pelo menos dois livros. A propósito, tenho os dois livros que ele publicou. Se não estou enganado, por certo tempo, Eudes escreveu uma coluna esportiva no jornal A União, do qual fui, honrosamente, colaborador.

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Vou deixar claro uma coisa: se, pela segunda vez, faço apologia de profissionais do rádio, não é por acaso. Adoro rádio, desde criança. E desde esse tempo alimentava a esperança de um dia ser locutor. Não o fui nos meus tempos de estudante, porque não dava para conciliar as várias atividades, especialmente o magistério.

Graduado, trabalhando no Sertão de Pernambuco, tive, enfim, a oportunidade de pôr em prática os meus dotes de locutor. Com efeito, atuei no rádio pernambucano durante 25 anos, até 2011. Voltei à condição de mero ouvinte, mas ouço rádio pela Internet, dando audiência a programas esportivos de diversas emissoras.

Mantenho, contudo, minha preferência pela Tabajara, de ouvido colado no programa de uma da tarde, apresentado por meu homenageado.

A Eudes Toscano, todo o sucesso do mundo e que continue brindando a todos nós, torcedores, com a sua competência e talento de craque da crônica esportiva paraibana.

É BOM ESCLARECER
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4 Respostas para EUDES MOACIR TOSCANO, por Aderson Machado

  1. José escreveu:

    O comentário anterior não é uma crítica, mas uma homenagem ao grande Eudes Moacir Toscano. Quando estava escalado para o horário da noite nas emissoras em que trabalhei, ficava ouvindo o finalzinho do programa esportivo da Tabajara para entrar em rede com a emissora oficial na transmissão de A Voz do Brasil e a deixa do Eudes Toscano para todos os operadores de rádio da Paraíba era essa “e acabou o programa!”. Era o momento de disparar o prefixo da emissora e entrar juntinho com a Tabajara…”tom-tom-tom. Em Brasília, 19 horas”. Inesquecível!

  2. José escreveu:

    E acabou o programa!

  3. Eudes Moacir Toscano escreveu:

    Meu abraço ao amigo Aderson Machado e minha saudação ao companheiro Rubens Nóbrega.

  4. Luiz Carlos de Araújo Silva escreveu:

    Conheço Eudes Toscano de longas datas. Sempre o admirei como homem, cidadão, como profissional!
    Lembro das caronas que ele dava a nós moradores do Miramar que aguardava ônibus para ir aos jogos do Botafogo no Almeidão! Um gesto simples para ele mas de grande marca nos nossos corações!
    Homenagem mais do que merecida!