IMPEACHMENT (AINDA) NÃO! por José Mário Espínola

(Foto: Adriano Machado/Reuters)

O inexpressivo e vazio político Jair Messias Bolsonaro, 7 legislaturas sem nenhuma produção digna na Câmara Federal, foi eleito presidente por 2 fatores, sine qua, non. O primeiro, a insistência do Sr. Luiz Inácio da Silva em lançar um candidato, numa época em que só ele (e quem ele representa) não enxergava a IMENSA rejeição ao petismo, naquele momento.


Ninguém aguentava mais a sobrevida do PT no governo nem as suas marcas, mesmo tendo feito boas obras. Já tinha passado da hora de mudar. O segundo fator foi a infeliz, covarde e absurda facada que aquele doido, Adélio Bispo, deu no candidato medíocre. Se uma dessas duas coisas não tivesse acontecido, hoje o presidente do Brasil seria outro.

A elite brasileira precisava desesperadamente retomar o poder do país. Estava apavorada, porque nenhum dos seus candidatos deslanchava. E, pior ainda, “Andrade” (como Hadad era conhecido no interior do Nordeste) começou a subir. Foi nesse momento que veio a facada providencial.

Com pena do pobrezinho (a vítima), a opinião pública brasileira, pródiga no seu espírito de coitadismo, começou a inflar o balão do Bolsonaro. Não deu outra: elegeu o anti-Lula, o anti-PT, o anti-Cristo, naquele momento. Portanto…

Se o PT não tivesse candidato ou se o Adélio não tivesse feito o que fez nós teríamos qualquer outro presidente, hoje, menos o Bolsonaro.

Lamentável! Foi a eleição do Versus 1 contra o Versus 2: uns votaram contra Lula; outros votaram contra Bolsonaro. Este foi o meu caso. Mas, uma vez eleito por voto democrático, para mim ele é o presidente do Brasil.

Cabe a mim desejar que o seu governo dê certo, pois se o barco afundar morreremos afogados. Mas não é o que está acontecendo. Por culpa da oposição? Que oposição? Que eu saiba, Bolsonaro É O LÍDER DA OPOSIÇÃO ao seu governo.

Ninguém é tão contrário, conspira tanto contra o governo dele, além do próprio. Ele sua claque, sua ampla milícia, digital ou não.

Como Bolsonaro não esperava ser eleito quando se meteu nisso, não se preparou para governar, não se preocupou com o futuro. Tanto que foi pego com as calças na mão: SEM NENHUM PROGRAMA DE GOVERNO!

Aí, entra outra coisa ruim que assola o país: A HERANÇA MALDITA de Fernando Henrique Cardoso, o Bonzinho. Essa outra praga é A REELEIÇÃO! Esta é, hoje, um dos piores estímulos à corrupção eleitoral.

Interessado em se reeleger, o recém eleito já começa os trabalhos pensando em “daqui a 4 anos”. E é o que está acontecendo com Bolsonaro, que não pensa em outra coisa.

Na falta de programas e de inteligência para elaborá-los, ele passa o tempo vigiando quem se destaca e que possa vir a lhe fazer sombra. Ou seja, vigia todo o mundo! Fora e dentro do seu governo.

Se alguém se destaca, lá correm ele e sua claque para desconstruir aquela pessoa, geralmente da forma o mais cruel possível. A primeira coisa que fazem é insinuar que o possível rival é comunista. Como são anacrônicos!

Como nada tem a apresentar de bom para a nação, ele vive provocando as instituições. Faz tudo para testar os limites da Constituição, da democracia brasileira.

Como não existe, no momento, nenhuma liderança que se destaque nacionalmente, que não seja Cordão Azul nem Encarnado, Bolsonaro surfa na própria lama.

Isso garante, hoje, que ele sairia mais fortalecido de um impeachment perante a opinião pública, constituída de pessoas comuns e apolíticas, em sua maioria. Por isto é que ele está forçando ser alvo de um impedimento.

Ele aposta num golpe, apoiado pela elite brasileira, o empresariado, o agronegócio, os evangélicos, os banqueiros e a caserna, que são os militares mais jovens.

Mas ele desconhece a máxima do império romano: o povo vive de pão e circo. Circo tem, demais da conta. Mas o pão já está começando a faltar.

Entendo que o momento não é de confronto. Deixemos que ele se derreta, que apodreça mais, pois está em franco processo de necrose.

Deixemos que ele mesmo se destrua. Será a sua maior obra de governo.

É BOM ESCLARECER
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