Ônibus em JP: com serviço ruim e caro, passageiros fogem

(Foto: PB Agora)

Se não existe espaço vazio na política, o mesmo se pode dizer da economia. Se um serviço é ruim e caro para o que oferece, como o ônibus urbano em João Pessoa, evidente que no correr do tempo e da luta alguém viria preencher – digamos – a opção do menos pior.

Foi o que fizeram e ainda fazem os chamados alternativos, sequenciados por Uber e assemelhados, além das caronas compartilhadas por aplicativos tipo Blablacar. E é porque ainda não começou a operar por aqui um sistema de transporte suplementar minimamente decente com micro-ônibus, vans e kombis e utilitários diversos à disposição do distinto público consumidor.
Com esse cenário e, principalmente, com o seu histórico monopolista movido a um venha-a-nós interminável, com pouca ou quase nenhuma contrapartida de bem estar e bem servir aos usuários de ônibus, não admira vermos atualmente empresas do ramo mui aperreadas diante da crescente e continuada fuga de passageiros para outros meios.
Nessa pisada, até o carro próprio facilitado por crédito de prestações a perder de vista passou de Plano B para o A da classe média baixa pessoense ou mesmo de seu segmento ainda menos abastado. Afinal, João Pessoa é lugar de distâncias médias de 12 km do centro aos bairros mais distantes e vice-versa. Percurso que a maioria dos carros de passeio pode fazer com um litro de gasolina a R$ 4,25.
São apenas 30 centavos a mais que uma passagem de ônibus. Com esses 30 centavos a mais, o cidadão sai a hora que quiser de casa ou do trabalho e vai pra onde lhe aprouver, com conforto e na segurança. Se conduzir direitinho o seu patrimônio, claro. Melhor ainda: não tem que esperar por um ônibus super cheio e sujo, na maioria das vezes, ainda mais sob sol, chuva, sereno ou risco de assalto.
Não há muito o que fazer para mudar esse quadro, se de um lado temos sucessivos governantes municipais lenientes com empresários que por ganância, incompetência ou as duas coisas juntas fizeram de tudo para matar a própria galinha dos ovos de ouro. Acreditando, talvez, que sem combinar com o outro time – o time dos usuários – bastariam generosas contribuições às campanhas vitoriosas de prefeito para manter por séculos sem fim, amém, seu lucrativo esquema imune a concorrências.
Solução? Tem, tem sim. Que o poder público invista mais em ciclovias e cuide de estudar e implementar o quanto antes outras possibilidades de transporte de massa (metrô, trem, VLT, monotrilho etc.). Enquanto não, que faça licitações de verdade para atrair novos concessionários do serviço capazes de operar linhas de ônibus com profissionalismo e novas posturas. Algo bem diferente, por exemplo, de atrasar salário para pressionar por aumento de passagem e promover locautes disfarçados de paralisação de trabalhadores.
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