A PPP que condena maioria da população a um serviço ruim

(Foto por mera ilustração, copiada do portal Ônibus Paraibanos)

Por falta de visão ou excesso de ganância, talvez, donos de ônibus municipais, metropolitanos e intermunicipais na Paraíba acreditam que podem eliminar a concorrência do chamado transporte alternativo através de jeitinhos legais que conseguem junto aos poderosos da hora.

Concessões de um serviço público de primeira necessidade, as linhas que esses senhores exploram quase nunca oferecem qualidade e preços acessíveis a quem mais precisa. Com isso, empurram milhares de pessoas para ‘alternativos’ que só existem e se proliferam graças às deficiências e ruindades do sistema que se diz regular.

Em João Pessoa, além das centenas de carros que passam o dia disputando passageiros nos pontos de ônibus para Cabedelo e bairros da orla, cresce a olhos vistos o número de motoristas que servem à Zona Sul a partir do centro da cidade. Com direito, inclusive, a assistentes que recrutam, organizam e embarcam passageiros no meio da rua nas vias de acesso à Lagoa.

Pois bem, pensando em exterminar esses ‘predadores’, este ano a parceria público-privada dona do pedaço conseguiu abortar legalmente a implantação – como deveria ser – do serviço suplementar instituído oficialmente desde 2014 em benefício da maioria que há decênios anseia por um transporte público bom pra chamar de seu.

A sabotagem a tão justa quimera deve-se a uma resolução do Conselho Gestor do Sistema de Transporte de Passageiros da Paraíba, que certamente não olha para a precisão de quem mais precisa. As necessidades a serem atendidas são daqueles que lucram horrores com ônibus muitas vezes velhos, sujos, superlotados e quase sempre atrasados.

E se lasque quem não pode esperar ou simplesmente não quer pagar por uma passagem cara para o serviço que se presta nas regiões mais concorridas. O filé das viagens para ou entre João Pessoa, Campina Grande, Patos, Guarabira, Sousa e Cajazeiras permanecerá exclusivo do “sistema regular”. Por obra do tal Conselho Gestor, que deixou um osso pequeno pro sistema complementar roer.

Com isso, ainda vai demorar ou jamais chegar o tempo em que o morador das maiores cidades do Estado poderá se descolar de van ou carro particular mais novo, mais seguro, plenamente regularizado e fiscalizado para atender a quem hoje se arrisca em alternativos caindo aos pedaços.

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