(Ilustração: Vvale)

Amanhã, 31 de maio, será comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. No Brasil, há que se ter parcimônia nas comemorações. O tabagismo ainda mata mais de 200 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Não dá para interromper campanhas de combate ao vício, que deveriam incluir restrições mais severas contra quem insiste ou permite consumo de cigarros e similares em ambientes coletivos.

Sobre o assunto, o educador financeiro Reinaldo Domingos mostra o quanto fumar prejudica tanto a saúde quanto o bolso do viciado. “Um fator que pode auxiliar no combate a esse vício é que ao parar de fumar não se terá só benefícios para a saúde física do consumidor, outro impacto muito importante é na saúde financeira da pessoa que fuma, com redução dos gastos com o produto e com os tratamentos de saúde”, diz o especialista.

Ele faz uma conta simples: “Com o valor do cigarro em R$ 5,00, um fumante que consome dois maços de cigarro por dia gastará por mês R$ 300,00; por ano, o valor vai para R$ 3.600,00, isso sem utilizar nas contas ganhos com investimentos; mas, se esse dinheiro for investido por dez anos em uma aplicação com rendimento de 0,6% mensais e sem considerar a inflação, ao fim do período o ex-fumante terá R$ 52.500,90 e em trinta anos serão R$380.767,63”.

Reinaldo Domingos acredita que esse custo no orçamento mensal das pessoas com certeza fará com que muitos repensem sobre a importância de manter o vício. “É lógico que esse risco é muito menor do que os físicos, entretanto, não podem negar que esse impacto reflete na economia diária do viciado e, aumentando o valor do produto, todos sentirão esse impacto”, observa.

Tudo isso, lembra, sem contar os gastos que um fumante terá nesse período com problemas de saúde, ocasionados pelo cigarro, e da perda de rendimento no trabalho em função do cansaço que o vício proporciona e as famosas ‘paradinhas’.

Prejuízo de bilhões

“Outro grande problema é que o ato de fumar não ocasiona problemas financeiros só para o viciado, o tabagismo gera uma perda mundial de centenas de bilhões de dólares por ano, sendo que a metade dela ocorre nos países em desenvolvimento. Esse valor é o resultado da soma de vários fatores, como o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, mortes de cidadãos em idade produtiva, maior índice de aposentadorias precoces, aumento no índice de falta ao trabalho e menor rendimento produtivo”, detalha Reinaldo Domingos, arrematando:

Assim, se você é fumante imagine: como você estará daqui a trinta anos continuando a fumar? Sua saúde estará boa? Quanto você terá gasto? Agora imagine: se parar de fumar hoje e investir esse dinheiro, daqui trinta anos, além de ter uma qualidade de vida muito maior, ainda estará mais de R$ 380 mil mais rico. Com isso terá saúde e também mais dinheiro para aproveitar a vida!

Reinaldo Domingos é presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abefin), e autor dos livros ‘Terapia Financeira’, ‘Mesada não é só dinheiro’, dentre outros.