O médico João Alberto, diretor de Fiscalização do CRM-PB (Foto: CBN João Pessoa)

Em entrevista à rádio CBN João Pessoa desta sexta-feira (5), o diretor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João Alberto Moraes Pessoa, reafirmou as condições precárias do atendimento no Hospital Infantil Estadual Arlinda Marques, na Capital.

Ele voltou a classificar o quadro do Arlinda de “situação de guerra”, relatando que lá encontrou, além da superlotação, crianças “atendidas no chão, segurando o próprio soro, com um risco enorme de infecções cruzadas”, contou. De acordo com João Alberto, a superlotação pode comprometer inclusive as cirurgias de alta complexidade, que deveriam ser prioridade do hospital.

João Alberto alertou que a rede pública de saúde da Paraíba não atende à demanda e o excesso de pacientes pode aumentar o risco de mortes nas unidades.

A fiscalização do CRM também foi ao hospital municipal do Valentina Figueiredo e constatou que a unidade trabalha no limite da capacidade. Mesmo assim, considerando a emergência em desafogar o Arlinda Marques, foram disponibilizadas sete vagas para internamentos. O diretor acredita, no entanto, que a cessão de leitos por outros hospitais não é capaz de solucionar a superlotação.

“O que nós estamos vivenciando é uma situação de emergência e as crianças não podem mais esperar, precisam de uma solução urgente, para ontem; nosso receio, agora, é a superlotação acarretar mortes”, disse. João Alberto defendeu a ampliação do atendimento em pediatria na rede pública de saúde e descartou a possibilidade de interdição do Arlinda Marques, medida que só viria a agravar o problema.

O Hospital Arlinda Marques é referência em neurocirurgias pediátricas no Estado, realizando cerca de 4,5 mil atendimentos por mês. Já o Hospital do Valentina, também na Capital, realiza aproximadamente 56 mil atendimentos anuais.

• Geri Júnior (colaboração)