Sylvia Plath, poetisa americana, no seu poema ‘Espelho’ desperta o leitor para a sua trajetória de vida. Particularmente, para quem chegou à maturidade.
Poema belíssimo, tem o visual como um dos cernes da poesia, como sugere o próprio título.
Aparência madura é reconhecida pelos sessentões? Quem chega a essa faixa etária está pronto para envelhecer consciente das marcas do tempo?
Observam-se no físico mudanças naturais. Olhos e pele já não são os mesmos. Nada que obstaculize o fazer e o falar. Aliás, a liberdade de fazer e falar é uma gostosa vantagem da maturidade.
Envelhecimento dá permissão de tentar viver bem, sem repressões ou opressões. Torna, muitas vezes, mais saudável o convívio com outras gerações.
Mas, por que estou falando dos sessentões, se o belo é o poema de Sylvia Plath e não o ânimo para quem ingressou no estágio idoso?
Ah, tentarei responder: diante do espelho o idoso se vê exatamente com a idade que tem, e feliz por estar vivo e apto – , sem impedimentos para atividades condizentes com os estados físico, mental, social e cognitivo em geral.
Serão reais ou otimistas demais essas impressões sobre o envelhecimento?
ESPELHO APOÉTICO
Chega uma fase da vida em que as visitas aos consultórios médicos se tornam periódicas. Fase do envelhecimento.
Aparentemente, o que se verifica é um número bem maior da frequência aos dermatologistas, preferencialmente esteticistas, e aos cirurgiões plásticos.
Preenchimento aqui, esfoliações ali, e a luta pela aparência jovial eterna não tem fim. Rostos atingem um grau de alteração ao ponto de obrigar o cidadão a substituir as fotos dos documentos, para não correr o risco de constrangimentos.
Cuidado com a saúde torna-se secundário na disputa com a estética. Pode-se deduzir que bom era o tempo em que o fato de ser idoso era encarado naturalmente? Ou será melhor atualmente onde o envelhecer vem acompanhado de cuidados com a aparência para não ser alvo de críticas ferinas?
Poeticamente correto, ideal é envelhecer com saúde e dignidade.
ESPELHO POÉTICO, por Babyne Gouvêa
FAMÍLIA POR PERTO, por Babyne Gouvêa
É primordial. Comprovado recentemente com caso familiar próximo à autora. A assistência dos filhos adultos aos pais idosos, vítimas da Covid, foi decisiva para a recuperação dos infectados.
O envelhecimento assusta, preocupa e exige acolhimento. É um processo natural do qual ninguém escapa. Ter família por perto faz a diferença. As limitações físicas surgem à medida que a idade avança; e olhem que nem as mentais estão aqui cogitadas.
Os casos conhecidos levam à reflexão. As interrogações tomam proporções muitas vezes exageradas, mas compreensíveis. O temor de olhar para o lado e não ver um familiar por perto chega a dar arrepios.
A distância não só preocupa os mais velhos, mas todos os integrantes do núcleo familiar. Basta uma ocorrência na saúde para bater o sentimento de desamparo. E como faz bem saber que um parente pode lhe proteger com a sua presença.
Estar junto do ente querido é tudo o que uma pessoa precisa para se recuperar de uma enfermidade ou circunstância imprevista. A angústia por haver oceanos e estradas dificultando o contato presencial desestabiliza quem estiver necessitando de cuidados.
Da mesma forma, comemorar algum acontecimento com pessoas íntimas é a certeza de aconchego. Trocar olhares, abraços e confidências com quem tem afinidade é celebrar a felicidade.
Há quem não goste de família numerosa, mas entre tapas e beijos os integrantes desse grupo são, geralmente, os primeiros a prestigiar ou a prestar socorro a um consanguíneo.
Em tempos difíceis, como o atual, o afago presencial é terapêutico. Funciona como um fármaco eficaz. Essa afirmação é comprovada com exemplos no nosso entorno.
Ocorre de alguém migrar do continente europeu para prestar assistência a familiar no continente americano – não é uma iniciativa acessível a qualquer um. É um privilégio para quem dá o apoio, como para quem recebe.
Situação realmente ideal numa adversidade é contar com parentes morando nas proximidades; facilita a vida de todos os envolvidos. É suficiente uma mensagem e todos ficam interligados, caem em campo à disposição do necessitado.
A segurança se instala com a presença do parente. O natural receio é superado instantaneamente. A solidariedade familiar é sublime, milagrosa e contagiosa. Família por perto é um porto seguro em nossas vidas.
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