CONTANDO AS PEDRAS, por Francisco Barreto

Instabilidade Política pode comprometer o desempenho da economia

Imagem meramente ilustrativa copiada de dinheirama.com

Meus dias amanhecem me brindando com a sensação de alívio ao respirar as brisas que aos poucos varrem o bolsonarismo da triste face nacional. Estamos a poucos passos da extirpação do falso mando delinquente. O alvorecer de 2023 é extremamente preocupante para o novo governo e todos nós.

Mudança irá ocorrer e não será negligenciável a importância de Luís Inácio. Convencido estou de que a eleição do Menino de Garanhuns era a única possibilidade de realizar mudanças, transformações, somente possíveis com a ascendência ao poder de quem pode dele remover o lixo e a escória nazifascista.

Lula deve trilhar, contudo, espinhosas veredas de grande instabilidade política, comandadas pelos antagonismos que emergem de uma banda da inconsciência pública nacional. Não há como negar, também, que diante das prioridades necessárias e urgentes para uma consequente governabilidade, há que se ajoelhar, rezar e compartilhar com tudo o que ainda não presta no cenário político.

Inclusive porque a saída de Bolsonaro não elimina os antagonismos bolsonaristas, muito menos os fisiológicos, os neofascistas agora convertidos catequizados por um projeto de Poder que já exala claros sinais de prostituição. Orar num templo é uma coisa, ser santo num prostíbulo é diferente. É o que teremos pela frente, não há dúvidas.

De longa data o petismo convive com pecados veniais e outros gravemente mortais. Um desses pecados é a “renitente e sectária obsessão de que o bem e a correção nas condutas públicas são patrimônio exclusivo deste segmento partidário”. Outro grave desvio político é desconsiderar e submeter ao ostracismo ao longo de décadas as frações políticas-partidárias, homens e mulheres que honraram e contribuíram cada qual ao seu tempo a uma nacional de edificação da extrema qualidade e a dignidade política nacional. Essas personalidades públicas foram execradas, esmagadas pelas iníquas condutas corporativas e individualistas dos barões assinalados do petismo.

Dr. Ulysses, Mário Covas, Leonel Brizola, Franco Montoro, Celso Furtado, Afonso Arinos, Miguel Arraes, Waldir Pires, Mário Borges, Fernando Henrique, Marco Maciel, Suplicy, Ciro Gomes, Cristovam Buarque e dezenas de outros sempre foram objeto de uma extremada desconsideração pela arraigada prepotência discriminatória das hostes sectárias petistas. Até próceres importantes do PT, como Plínio de Arruda Sampaio, Chico Whitaker, Chico de Oliveira, Marta Suplicy, Luiza Erundina, Marina Silva, Heloisa Helena e muitos outros não foram respeitados.

Intelectuais brilhantes, técnicos, estudiosos e formadores de opinião de matriz neoliberal, socialistas e comunistas, foram todos arquivados e esquecidos sem o reconhecimento histórico e o respeito que mereciam. Lembro-me com clareza das indignidades cometidas contra as esquerdas socialistas comunistas quase em extinção, sendo abominável o comportamento sindical petista quando em no 1° Maio nos anos oitenta em evento realizado no Riocentro, RJ, quando Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, tão massacrado pelas ditaduras, foi impedido de subir ao palanque para renovar o seu preito à classe operária.

Às portas de sua nova assunção, Lula pode estar repetindo de modo discriminatório e excludente o que ainda resta no país de qualidade intelectual, política, técnica, saber jurídico, dignidade pública dispersos e anônimos pelo país. Espraia-se hoje um “déjà vu” condutas políticas graves, piores que as praticadas em 2002/2003.

Recorre-se ao recriminado brocardo “se não pode vencer a má qualidade dos inimigos, juntemo-nos a eles”. Ou melhor dizendo, os inimigos, a má qualidade e a insanidade têm que ser cooptadas em nome de uma falaciosa e pseudo governabilidade. Daí decorre o ajuntamento de má qualidade como terrivelmente necessária. Assim, segue a sentença: “Quando não solução, solucionado está”.

Ademais, destas impositivas e dilaceradas alianças oportunistas, difícil presumir qual será o projeto político nacional, entendido que haverá este no cenário relativo à concepção de estratégias e políticas públicas que sintonizem com as necessidades de um Brasil real. Teremos certamente a manutenção de um círculo decisório hermético e centralizado.

Dizer que vamos ouvir a sociedade é apenas retórica, como ocorreu sempre a título dos fraudulentos orçamentos democráticos sob a enganosa participação popular. O petismo nunca oxigenou as decisões de baixo para cima. Sempre se utilizou dos métodos “pré-à-porter”, com raras incursões inovadoras.

Sem nenhuma segurança, estamos nos enveredando nos céus desse novo cenário de dominação petista. Não há como implantar “o espírito livre da democracia direta” sem romper com os centralizadores processos decisórios que são operados à luz de palpites neoliberais, dos corporativismos subservientes ao grande capital em todas as suas matizes, das homogeneidades das políticas e investimentos públicos que dão exclusividade à consolidação da pré-Potência brasileira em todos os sentidos.

O projeto de Poder em curso provavelmente se destina a fortalecer o Brasil dinâmico, transnacional do grande capital em todos os segmentos que ambicionam a modernidade tecnológica e consumista. Via crescimento do PIB equivocado, como isolada prioridade ao enfatizar este com a cereja do bolo.

Ficou muito claro o enunciado recente por Luiz Inácio, quando nos escandalizou acalmando o grande capital quando textualmente disse há pouco que o capital financeiro, os bancos, a grande indústria, o agronegócio e investidores nas bolsas – ou seja, especuladores monetários – nunca ganharam tanto dinheiro como ocorreu nos governos do PT.

Os caminhos não estão claros. É difícil saber se as opções estratégicas irão ao sentido de: continuar privilegiando o Brasil Moderno do grande capital ou em detrimento das chances ao Brasil do resto. Esta última opção poderá provocar a ruptura do centralismo decisório, da desconcentração econômica; reforçará as pedagogias da evolução dos níveis de consciência política e educacional coletiva; poder mergulhar nas profundezas do iceberg perverso e invisível das economias regional e local e ir para o enfrentamento da concentração de riquezas e rendas; em havendo a coragem pública, poder-se-á romper o monofisismo da injustiça fiscal abdicando das políticas das espúrias benesses de renúncias fiscais; deverá controlar as entradas de capital especulativo financeiro; baterá duramente nos desvios e maus usos de recursos públicos; poderá socializar a produção e redistribuição de produtos agrícolas e de nacionalizar preços dos avassaladores produtos agrícolas de consumos correntes todos dolarizados e finalmente se irá assegurar que os bens e serviços públicos indivisíveis tenham patamares e equivalências com os diferenciados níveis de rendas.

O Relatório da Transição é de uma pobreza franciscana, eivado de enunciados em denúncias centrados incisivamente no governo que sai. Peca pela omissão políticas publicas emergenciais se limitando a bolsas com “esmolas” oficiais e outras esbórnias públicas. De início, há que se terem atitudes imperativas para reduzir precariamente os crônicos níveis de rendas e as sequelas da fome. Estas mendicâncias públicas podem aliviar a fome crônica, mas de nenhum modo irá atenuar o espectro da miséria lastreada pelo desemprego aberto e informal. O Resto do Brasil abaixo da linha da modernidade capitalista e financeira precisa de muito mais do que pratos de feijão com farinha.

Finalizando, prioritárias e fundamentais providências dentre as tarefas inadiáveis, é a perseguição implacável dos chorumes nazifascistas que explicitamente ou ainda submersos intranquilizam o país.

No mais, a questão é saber se as “inteligentzias” de uma esquerda “fake populista” por que neoliberal e sectária ao lado de comparsas supostos ex-bolsonaristas e cooptados momentaneamente em busca do troco político são importantes para quebrar as intenções monolíticas do golpismo endêmico.

Este novo envelhecido cenário será capaz de formular uma concepção estratégica com vistas a um projeto nacional? Ou seja, qual o projeto para o Brasil em inúmeras dimensões dentro de um cenário de médios e longos prazos contemplando rigorosamente uma (re) construção nacional? Eis a questão. É certo a consciência deve modificar e conceituar um projeto que deve ser implantado com coragem e persistência, insistentemente. Mas isso pode levar décadas.

Agir sobre a Educação, Cultura, Saúde, Segurança, Estabilidade Fiscal e Financeira, outros eixos políticos das intervenções públicas setoriais, decentralizadas e interiorizadas, são prioridades, mas a nos lembrar de que estamos a “chover no molhado”. O mais importante é conduzir pactos coletivos de amplitude nacional.

Se se centrar apenas na dimensão fiscalista, gastos e dívidas públicas têm muita proximidade com a mentalidade de “guardas-livros”. Os poderes federados têm a superior obrigação de formular um novo Pacto Federativo em que se estabeleça um reequilíbrio do Estado brasileiro para que tenhamos uma nova Nação em que deixarão de existir as escarpas entre Estado e a Sociedade, e Povo brasileiro.

Advirta-se que nunca tivemos com clareza sob a tutela da “elite” do PT e outras agremiações aliadas a explicitação de um superior Projeto Nacional Desenvolvimentista delineando novos marcos e práticas da Política, da Sociedade e da Economia. O respeito a um Estado Democrático de Direito é marco constitutivo de um marco histórico político fundamental.

O PIRRALHO DE GARANHUNS ESTÁ CERTO! por Francisco Barreto

Imagem: moneytimes.com.br

O sol há de brilhar mais uma vez                 

A luz há de chegar aos corações                 

Do mal será queimada a semente               

O amor será eterno novamente             

(Nelson Cavaquinho)

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A CENSURA DA ‘ESCOLA SEM PARTIDO’, por Othoniel P. Neto

(Charge publicada em Pinterest)

É fato: estamos vivendo no Brasil uma profunda era de retrocessos, num cenário em que pensamentos toscos, rasteiros e obscurantistas ganham autoridade e são utilizados como contraponto à ciência. Pessoas absurdamente despreparadas adquirem credibilidade para rediscutir a história e desdenhar de universidades, de professores e de figuras de comprovado reconhecimento intelectual, inclusive, mundialmente.

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Projeto do MP defende direitos humanos das vítimas de crime

Lúcio Mendes, coordenador do CAO da área Criminal, apresentou o projeto (Foto: MPPB)

Proteger e promover os direitos humanos das vítimas de crimes violentos. Esse é o principal objetivo do Projeto Reparação, lançado na manhã de hoje (31), em João Pessoa, pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).

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Sarmento lança livro sobre bastidores da Transposição

Conceituado no meio acadêmico e profissional como um dos maiores especialistas em recursos hídricos do Brasil, o paraibano Francisco Jácome Sarmento prepara-se para lançar em agosto que vem o seu mais novo livro – ‘Transposição do Rio São Francisco – Os bastidores da maior obra hídrica da América Latina’.

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João Pessoa terá a sua primeira eco praça no Jardim Oceania

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Projeto incentiva cultivo de hortaliça sem agrotóxico em área urbana

Projeto já dispõe de unidade produtora em Tambiá (Foto: Divulgação)

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Paraibana cria ‘Favela Orgânica’ no RJ

  • Por Manuella Menezes, da Azul Magazine

Regina Tchelly está modificando o modo de viver de uma comunidade carioca (Foto: Leo Aversa)

A paraibana Regina Tchelly descobriu a fórmula – e muitas receitas – para diminuir o desperdício de alimentos. Ela mantém um onde compartilha seus segredos com o Brasil e o mundo.

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