Paraíba tem pior salário de auditor fiscal do país

Fisco em greve no Centro Administrativo Estadual (Foto: Sindifisco-PB)

Nos últimos sete anos, os auditores fiscais do Estado – que já recebem a remuneração mais baixa da categoria em todo o Brasil – acumularam perdas salariais de mais de 41%.

A informação consta de carta dirigida ao blog pela Diretoria da Sindicato dos Auditores Fiscais da Paraíba (Sindifisco-PB), na qual desmente categoricamente o caráter político da greve dos servidores que representa. O movimento foi deflagrado no dia 28 de março último.

“Nossa greve não é política”, garante o Sindicato, ressaltando que “a categoria fiscal não aguenta mais a falta de reajuste pelas perdas inflacionárias ao longo de sete ano, a falta de cumprimento das leis e a intransigência que é marca desse governo”. Relata ainda que desde 2011 tenta, em vão, abrir diálogo com o governo sobre questão salarial e condições de trabalho.

Quanto ganha

Anexas à carta, o blog recebeu tabelas de reajuste do Fisco e cópias de contracheques de Manoel Isidro, Jaimar Souza, João Francisco e Guilherme Carvalho, diretores do Sindicato. Os documentos comprovam a improcedência de informações divulgadas pela Comunicação do governo estadual sobre salários de até R$ 50 mil entre os auditores fiscais.

Os da ativa recebem, além do subsídio, a famosa bolsa desempenho (paga a cada quatro meses, condicionada a metas a serem atingidas), auxílio transporte e abono de permanência (equivalente à contribuição previdenciária, que deixa de ser descontada para quem tem condições de se aposentar). E quem se aposenta perde, lógico, todos esses penduricalhos.

A tabela reproduzida a seguir mostra que no final da carreira, após mais de 30 anos de trabalho, um auditor fiscal do Estado da Paraíba recebe R$ 19.540.80. Brutos, obviamente. Para chegar a esse valor em 2018, a categoria acumulou reajustes de 21,93% desde 2011, mas, ao mesmo tempo, também sofreu com a inflação acumulada,  superior a 33%.

Batendo o RN

Outro dado inverídico divulgado pela Secretaria Estadual de Comunicação, segundo o Sindifisco, busca convencer a população que o Fisco do Rio Grande do Norte arrecada mais do que o Fisco da Paraíba com metade do pessoal de que este Estado dispõe.

“Restabelecendo a verdade, em carta aberta, o próprio Gerente Executivo de Fiscalização da SER-PB (Secretaria Estadual da Receita) afirmou que a Paraíba arrecadou R$ 350 milhões a mais que o Estado vizinho”, rebate o Sindifisco, exibindo documento que comprova o que diz.

A Carta Aberta é de autoria de Marx Fernandes de Gusmão, o Gerente Executivo de Fiscalização da Secretaria da Receita da Paraíba. Cópia desse documento também foi entregue ao blog.

Quanto ao salário de auditores fiscais da Paraíba e do Rio Grande do Norte, lá eles recebem 50% mais do que seus colegas daqui. Fato que pode ser constatado em rápida pesquisa na Internet.

É BOM ESCLARECER
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8 Respostas para Paraíba tem pior salário de auditor fiscal do país

  1. AUGUSTO JORGE FERREIRA LIMA escreveu:

    Prezados Senhor, Boa tarde
    Gostaria que o senhor publicasse informações sobre a paridade salarial dos ativos com os aposentados e pensionistas.

  2. Luiz Plácido escreveu:

    Pelo amor de Deus, que notícia tendenciosa.
    Então quer dizer que em um estado pobre como o nosso o fisco não é bem remunerado? Você sabe qual o valor da bolsa de incentivo do fisco?
    O fisco é, e sempre foi muito bem remunerado, trabalham pouco e ganham muito, RC está certíssimo.
    Os servidores do estado representam menos de 2% da população da Paraíba, será que é justo governar tão somente em beneficio dessa minoria? como fora feito em outrora.
    RC tem feito uma gestão digna de elogios.

    • Paulo Henrique Souza escreveu:

      “RATO de barriga cheia da ponta pé em queijo do REINO”
      È bom lembrar ao Luiz Plácido que os 2% da tal minoria citada é quem ta tentando segurar a Saúde pública, Educação, Segurança Publica, Arrecadação do Estado, etc., agora os simpatizantes do Governo que concorda com a insensibilidade dessa administração ta vendo o caos nos hospitais publico, a violência urbana e as escolas publicas sucateadas, pagar em dia baixos salários para servidores e aposentados é o mesmo que administrar fazendo uma Gaiola bonita com os passarinhos passando fome.

  3. Iranilson escreveu:

    Tião mentiu, não acredito, logo ele que só fala a verdade, desculpa hoje não é primeiro de abril.

  4. Nathalie escreveu:

    Parabéns, Rubens, por divulgar a verdade! Tenho parente próximo, auditor da PB. Estão em último lugar no ranking dos fiscos estaduais, atrás de Estados ainda mais pobres. Tem fisco municipal e do interior com melhor salário. Bom frisar que os salários da tabela correspondem ao bruto, ou seja, falta deduzir 11% da previdência e 27,5% do imposto de renda, fazendo o salário cair significativamente. Governo não concede as progressões a que os fiscais têm direito. Eles preenchem os requisitos, mas permanecem no mesmo nível. Entram com mandado de segurança, ganham na Justiça e Governo não concede. Além disso, o Governo descumpre lei aprovada na gestão do Cássio, como se legislador fosse. Equipamentos quebrados nos locais de trabalho e fiscais tendo que comprar material com o próprio dinheiro defasado.

  5. Robson escreveu:

    Um governo que não valoriza quem arrecada, vai valorizar quem? Polícia, professores, técnicos administrativos. engenheiros, etc. Ele não valoriza ninguém. Agora quer dispor de três policiais após o fim do mandato! Os mesmos policiais que foram enganados com promessa de “PEC da Polícia”, retirada de risco de vida, quebra da paridade entre ativos e inativos etc. Nos aguarde!

  6. Jose escreveu:

    Jornalista Rubens Nóbrega.
    O estado da Paraíba é o que pior paga aos seus servidores, seja civil ou militar.
    E não adianta falar em crise económica do país, já que o próprio FISCO apresentam números, que rebatem as informações do governo Socialista.
    A insatisfacao e geral, e repercute sobre os servidores da administração direta e indireta, sem estimulos e até discredulos com os serviços ora Apresentados e disponíveis a populacao.
    O desmonte e visível, e o sucateamento das repartições deve permanecer até o final de 2018, no final de governo de RC.