A OPOSIÇÃO DOS SONHOS DE RC, por Flávio Lúcio Vieira

Críticas de Romero fazem a alegria de Ricardo (Fotomontagem: Helder Moura)

Se Ricardo Coutinho costuma fazer suas orações ele deve agradecer a Deus todo dia pela oposição que tem ao seu governo. No caso do debate a respeito do fim do racionamento d’água em Campina Grande é como se o governador tivesse escalado o elenco da oposição, escrito o roteiro com as falas de cada membro da oposição e obtido dos “atores” muito além desse roteiro.

Há mais de uma semana, a Paraíba assiste ao desenrolar de um embate inacreditável: de um lado, o governo estadual, que anunciou o fim do racionamento de água para a cidade de Campina Grande e toda a região polarizada pela Rainha de Borborema; de outro, Romero Rodrigues liderando a crítica à decisão do governo que beneficia uma população de mais de 700 mil pessoas, que desde dezembro de 2014, portanto, há quase dois anos, só veem água jorrar de suas torneiras apenas duas vezes por semana.

Ontem, por exemplo, Romero Rodrigues aceitou conceder entrevista à rádio CBN João Pessoa para criticar o governador Ricardo Coutinho por ter anunciado a decisão de antecipar a data do fim do racionamento. RC fez isso ao lado do secretário da pasta responsável pela gestão das águas e pelas obras hídricas do governo, João Azevedo, já anunciado pelo próprio governador como o possível candidato do PSB à sua sucessão.

Questionado sobre as razões da crítica ao anúncio do fim do racionamento, o único argumento que restou a Romero Rodrigues para justificar sua posição foi uma divergência de “método”, depois de mencionar a “pirotecnia” do anúncio. Ou seja, ele não é contra o fim do racionamento, apenas o aproveitamento político da decisão.

Ou seja, ao invés de demonstrar preocupação com a situação dramática que vive atualmente o povo da cidade da qual é prefeito, Rodrigues passa uma mensagem que parece muito clara: candidato também já declarado ao governo, Romero coloca seus interesses eleitorais acima dos interesses da população, demonstrando certa mesquinhez e falta de generosidade. E senso político.

A lógica de Romero Rodrigues e da oposição é para mim inalcançável. Mesmo do ponto de vista eleitoral, o que teria a ganhar o governo ao antecipar o anúncio do fim do racionamento, ao não ser dar mais visibilidade a João Azevedo em Campina? Ao cair na armadilha da crítica pela crítica, a oposição apenas faz o jogo que talvez nem mesmo RC esperasse que ela faria.

Se tivesse mantido um discreto silêncio, o anúncio teria apenas produzido o efeito planejado inicialmente pelo PSB, que era tornar João Azevedo mais conhecido em Campina Grande, e depois tudo se esgotaria em pouco tempo. O povo não é tão idiota quanto pensam certos políticos. Da mesma maneira que aceitou o racionamento como uma necessidade, não vai achar que o fim dele é obra do gênio administrativo de RC.

Por isso, ao partir para criticar o fim do racionamento sob uma duvidosa preocupação com a “segurança hídrica” de Campina, Romero e Cia. apenas ajudam a prolongar um debate que é francamente favorável ao governo, porque, além de ter o argumento “técnico” para sustentar a posição, trata-se de uma questão cujo interesse do povo não é outro a não ser acabar o quanto antes com a aflição do racionamento.

A oposição cumpriu bem o script. E RC só tem a agradecer.

É BOM ESCLARECER
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12 Respostas para A OPOSIÇÃO DOS SONHOS DE RC, por Flávio Lúcio Vieira

  1. Flávio Lúcio Vieira escreveu:

    Pelo seu raciocínio, Robson, São Paulo deveria ter entrado em colapso d’água. E em São Paulo, o governo (tucano) de Geraldo Alckmin nunca fez um racionamento como o de Campina, onde o fornecimento d’água à população foi restrito a dois dias por semana.
    Em São Paulo, a Sabesp apenas reduziu a pressão da água, que começou em 15 horas e chegou a 8 horas por dia. Na maioria dos bairros da periferia, água só durante à noite (bem tucano isso!). O governo paulista continuou usando a primeira cota do volume morto do Sistema Cantareira, que chegou a atingir 2,9% da reserva, quando a Sabesp passou a utilizar a segunda cota.
    E mesmo assim, o racionamento de São Paulo foi apenas parcial. Nunca houve interrupção total (pelo menos não foi anunciada). E assim que o fornecimento se estabilizou, o “regime de restrição hídrica” acabou como eles gostavam de chamar o racionamento, acabou.

    • nrmota escreveu:

      PENSE NUMA “ANÁLISE” ESTÉRIL E DESCABIDA !
      Professor, novamente o Senhor dá um show de desinformação. São Paulo foi rigorosamente submetida ao racionamento, sim senhor !
      Na periferia, a água chegava as torneiras a cada 10 dias. Essa estória de 15 a 8 horas é falácia. São Paulo não entrou em colapso total, por que lá houve gerenciamento eficaz da crise, o que culminou com a integração de bacias, inclusive de rios que cortam o Estado do Rio( O Estado do Rio socorreu São Paulo). O sistema hídrico de SP não se resume a Cantareira.
      Professor, onde o Senhor leu essa de que lá o racionamento foi parcial !? Foi total professor. Lá em determinadas áreas a água chegava a cada 10 dias e por 24 horas. Tenho família lá. Lá estive no auge da crise hídrica.
      Professor, antes de escrever, se informe melhor. Já te falei em outra oportunidade, que credibilidade é tudo para um bom Jornalista; e pelo jeito o professor não se informa e apenas tergiversa. A credibilidade já está se arrastando. Basta ver o que escreveram. E quando mistura política com questões técnicas é um desastre. Uma Pena!

      • Flávio Lúcio Rodrigues Vieira escreveu:

        Vou sugerir que você se informe melhor, NRMota, porque sua participação nesse debate não se baseia em dados da realidade, mas apenas em manter, a todo custo, a posição da PMCG e do PSDB, ESSA SIM, POLÍTICA, contraria ao fim do racionamento. Em São, Paulo, o próprio MPF chegou a recomendar a adoção do racionamento à Sabesp e ao Governo do Estado, isso já em AGOSTO de 2014:
        NOTÍCIA DA VEJA,QUE EU ACHO QUE O SENHOR LÊ
        https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2015/02/08/governo-de-sp-cria-gatilho-para-racionamento-de-agua.htm
        ESTADÃO: “A proposta da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para retirar uma segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, sem reduzir a vazão captada, pode deixar o nível do principal manancial paulista no vermelho em até 30% para o início de 2015.”
        http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,proposta-da-sabesp-pode-deixar-o-nivel-do-cantareira-negativo-em-30,1534885

        • nrmota escreveu:

          Já lhe disse em outras oportunidades, que não sou filiado a nenhum partido como você professor. Pseudo esquerdista. O Senhor não se cansa de querer colocar chapéu partidário na cabeça daqueles que discordam dos textos estapafúrdios e desconexos como esse ao qual estamos a nos reportar. Noto que seus argumentos, Lúcio Flávio, são “fundados” em falácias midiáticas, que pouco ou nada contribuem. Uma pena ! O Senhor continua a enganar incautos. Agora não tem mais jeito. Credibilidade ZEEEEEEEEEEEEERO !

  2. Robson escreveu:

    Em tempo: vazão de 630.632.000 l/dia; consumo seria de 67.809.490.2 l/dia (pelos dados encontrados na internet)

    • nrmota escreveu:

      Robson, tens razão. Mas, é necessário deixar claro que volume morto não é reserva segura. Volume morto é a borra do que é armazenado abaixo da lâmina, digamos, da lâmina própria para o consumo. Então, precisamos do dobro do que está armazenado no volume morto, para que possamos consumir com segurança e muito mais tempo, sem que tenhamos de depender de chuvas na cabeceira do Rio Paraíba. E para que o racionamento não volte nunca mais.
      Então, é preciso ter responsabilidade, pois estamos lidando com mais de um milhão de pessoas(Campina e entorno).
      Agora, que a população fique de olho nos políticos oportunistas e no Odorico Paraguaçu Tupiniquim(RC), que ressuscitou. Um pessoense que pensa que campinense é burro.

      • nrmota escreveu:

        EM TEMPO:
        Robson, pasme ! Esse socialismo pulha tupiniquim, já planeja cobrar dos paraibanos a água bruta que chega a Campina e demais cidades, ou seja Odorico(RC) vai cobrar dos paraibanos a água da chuva que cai no São Francisco e é canalizada para a Paraíba sem nenhum custo.

  3. Robson escreveu:

    População estimada de CG: 407.754 habitantes. Em 2013, o consumo médio per capita era de 166,3 litros por dia no Brasil. “Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba registrou queda de vazão, saindo dos 7,38 m³/s para 5,14 m³/s”. Na vazão original diria 630.720.000 l/dia. Consumo per capita seria de 67.809.490.2. Temos ainda a considerar: a água não é só p CG mas para diversos municípios do cariri paraibano; há perdas por evaporação em todo o trajeto e no açude, furto, desperdício, vazamentos… Se baixarmos baixarmos a vazão, como já ocorreu, esse número cai consideravelmente. Também não sou técnico nem dos pobres mas sou de origem daquela região do cariri, e já carreguei muito galão de água nos ombros para abastecer a casa dos meus avós. O racionamento é um sacrifício que visa evitar o colapso total. É uma medida drástica. Não se pode fazer politicagem com o sofrimento do povo. Muito menos palhaçada! Foi o que o que REINA hoje na PB (e segundo sua vidência reinará por mais 20 anos) toc toc toc foi fazer lá!

  4. Flávio Lúcio Vieira escreveu:

    Meu caro Robson, não sou técnico, mas essa conta me parece muito simples. Entra mais água no açude de Boqueirão do que é consumida, mesmo considerando a evaporação. E o açude acaba de sair do volume morto. Portanto, não faz sentido manter o sacrifício do racionamento para a população de Campina, especialmente para a mais pobre (não sei se é seu caso, nem sei mesmo se você é de Campina). No mais, não escrevo para agradar, mas que RC adorou a atitude de Romero e de toda a oposição isso nós vamos ter de concordar. Com essa oposição, RC reina mais 20 anos na Paraíba.

    • nrmota escreveu:

      Professor, muita calma nessa hora. Sem paixão a inteligência flui. Note, não adianta fazer análise apaixonada. Volume morto nunca significou i em lugar nenhum no mundo, segurança hídrica. É preciso bom senso. Precisamos de no mínimo o dobro do volume morto, para que o racionamento termine de uma vez por todas e para nunca mais voltar. Porque, a partir da dobra do volume morto, teremos a segurança hídrica efetiva mediante o controle da vazão, considerando o que se reserva e o que se consome. Aí sim, consumiremos com segurança. A não ser assim é pura demagogia. É abusar do incauto.
      Terminar o racionamento agora, é querer adivinhar o tamanho da caixa d’agua de São Pedro; é imaginar absurdamente que as águas do São Francisco estarão sempre abundante( e a coisa não funciona assim) até por que lá também o rio tem seu período de seca.
      Agora professor, vamos deixar dessa coisa de tadinho !
      Mas, para o Senhor não se irritar tanto( e principalmente quando encontra opiniões contrárias), note, sou Campinense e a Sociedade Campinense está preparada e consciente, em todos os seus quadrantes, de que, é muito cedo mesmo para encerrar o racionamento.
      Quanto a RC, temos claramente que Odorico Paraguaçu ressuscitou. Joãozinho correu de uma pisa de votos em João Pessoa. Foi lançado novamente, e agora, ao Governo do Estado em um novo balão de ensaio. Vai apanhar no voto vergonhosamente. Anote !
      Professor, sem estresse !!!

  5. Robson escreveu:

    Cada vez que esse cientista Flávio Lúcio escreve, é para defender RC! Ninguém de bom senso é contra o fim do racionamento de água. Agora, com fins meramente eleitoreiros anunciar irresponsavelmente o fim deste racionamento no momento em que o nível do açude atingiu apenas o VOLUME MORTO! Isso é inconcebível. Pior ainda alguém que dizem ser um CIENTISTA POLÍTICO (vá lá que seja!) fazer uma ANÁLISE POLÍTICA com este teor! Me perdoe doutor Flávio Lúcio, paixão não combina com análise sensata!

  6. Renata escreveu:

    O que esse escreve n tem credibilidade.pai mandado