Sessão plenária para analisar e votar parecer do deputado Paulo Abi-Ackel que recomenda a rejeição da denúncia contra Temer por corrupção passiva (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Para se garantir no cargo, Michel Temer empenhou-se pessoalmente nas negociações com deputados federais dispostos a trocarem voto por cargos e liberação de dinheiro das emendas parlamentares ao Orçamento da União.

Segundo levantamento do The Intercept Brasil, apenas nos dois últimos meses que antecederam a votação de hoje (2), na Câmara, o Palácio do Planalto pagou R$ 799,8 milhões e empenhou R$ 3,4 bilhões em emendas de deputados da base governista e também da oposição.

Daquele total, a bancada federal da Paraíba já foi contemplada com quase R$ 100 milhões, sendo R$ 85 milhões em emendas empenhadas e R$ 12,5 milhões em emendas pagas nos dois últimos meses.

Evidente que empenho e pagamento de emendas nem sempre podem ser associados a uma possível cooptação do parlamentar para votar contra processo penal que teria Temer como réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República com base na delação da JBS.

Entre os impossíveis de serem cooptados – ou comprados, como diz a oposição – certamente está Luiz Couto, do PT, contundente adversário do governo Temer. Apesar disso, foi quem teve o maior volume de recursos liberados das emendas que apresentou. É o que mostra a tabela abaixo, que traz quanto cada deputado paraibano tem a receber e quanto já recebeu entre junho e julho.