Marcela Cunha Lima: empresária, empregada da Elizabeth, comissionada no TCE

Marcela em destaque no blog do colunista Gerardo Rabello

Funcionários questionam como Marcela dá conta de tantas atividades, mas TCE atesta que ela dá expediente

Exercente do cargo comissionado de Oficial de Registros, Notificações e Expediente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Marcela Cunha Lima chama a atenção e é alvo de questionamentos de colegas de repartição pela multiplicidade de funções que exerce tanto na esfera pública como na iniciativa privada.

Um funcionário disse ao blog que nos últimos cinco anos só a viu uma única vez no TCE, informação desmentida por certidão (veja reprodução abaixo) e pela própria Marcela, que também é sócia de duas empresas, figurando como diretora em uma delas, além de empregada do grupo industrial Elizabeth, de João Pessoa.

O vínculo de Marcela com o TCE está exposto na página que traz todas as informações sobre a folha de pagamento de servidores do órgão (https://portal.tce.pb.gov.br/acesso_a_informacao5/folha-de-pagamento/).

Já seu trabalho para o Grupo Elizabeth pode ser conferido neste link: http://gerardorabello.com.br/marcela-cunha-lima-marca-presenca-na-casa-cor-parana/.

As empresas das quais Marcela faz parte – Lavie Recepções e Eventos e SNP Empreendimentos e Participações Ltda. – podem ser encontradas nas telas da Receita Federal a seguir reproduzidas.

Marcela Cunha Lima recebe do TCE exatos R$ 4.885,55 (valor bruto) por mês, dos quais R$ 1.729,37 a título de produtividade.

Marcela responde e esclarece

Procurada pelo blog para se posicionar e se manifestar sobre os questionamentos quanto à sua jornada de trabalho no TCE em face das atividades privadas que desenvolve, Marcela Cunha Lima disse que trabalha arduamente, “acordando cedo e dormindo tarde”, sem qualquer conflito de interesse entre os vínculos com o órgão público e a empresa para a qual trabalha. Leia a seguir a resposta e o esclarecimento, na íntegra.

João Pessoa, 31 de julho de 2017

Senhor Jornalista,

Em relação à denúncia encaminhada sobre as minhas ocupações profissionais, asseguro que são todas legais e legítimas, fruto da minha formação acadêmica e dedicação laboral.

Sou graduada em Administração de Empresas, pela UNIPÊ, com especialização pela Fundação Getúlio Vargas, dedicando-me a atividades em Empresa privadas e Órgãos públicos, na minha área de formação.

No Tribunal de Contas do Estado, presto serviço diariamente, de forma regular, das 7h às 13h, em cargo de provimento em comissão – consoante se comprova com Declaração expedida pelo Departamento de Gestão e Recursos Humanos do TCE –, desempenhando atividades na Corregedoria do Órgão, cumprindo fielmente a carga horária estabelecida, com tratamento igual àquele dispensado aos demais servidores.

Em empresa privada, localizada no Distrito Industrial de João Pessoa, desempenho atividades no setor de marketing, no período das 14h e 30min às 18h, fazendo, com permissivo legal e autorização dos gestores, no período da noite, seja no âmbito da Empresa ou em casa, atividades extraordinárias que não foram desenvolvidas no período do expediente regular.

Quanto à participação societária nas Empresas SMP Empreendimentos e Participações SA – que está sem atividade – e La Vie Recepções e Eventos, sou apenas cotista, não desempenhando qualquer atividade de administração ou gerência empresarial.

Ademais, as Empresas de que sou sócia não guardam nenhuma relação, seja institucional ou contratual, com o Órgão de Contas do Estado ou outros Órgãos públicos, o que não torna a convivência profissional ilegal, amoral ou aética, como fez supor a denúncia infundada.

O exercício profissional, respeitando a legislação pátria, como faço, é direito de todos os cidadãos, assegurado pela Constituição Federal, não podendo haver restrições ou vedações que não estejam dispostas em instrumentos legais.

Tenho orgulho de, como milhares de brasileiros, sobreviver às custas de trabalho árduo, acordando cedo e dormindo tarde, para, de forma honesta e ética, buscar o crescimento do TCE e da empresa privada onde trabalho, de forma muito digna, sem qualquer conflito de interesse entre os vínculos.

Certa de que não há embargos dos órgãos onde presto serviços, tampouco da legislação que os rege, presto os esclarecimentos.

Atenciosamente,

MARCELA OLIVEIRA CUNHA LIMA CRUZ

Senador defende a filha

Filha do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), Marcela “na verdade está sendo ‘denunciada’ por trabalhar muito e batalhar para viver dignamente”, afirma o pai. Ele confirmou que ela trabalha em dois locais, no TCE e na Elizabeth, “se ‘virando nos 30’ para construir, com seus esforços, sua própria vida”. Ressaltou, de outro lado, que as atividades da filha não constituem crime, ilegalidade ou algum procedimento “aético” e explicou a origem e a sede de uma das empresas da qual Marcela é sócia.

“O célebre La Vie é a minha antiga casa de Campina Grande, que após o meu divórcio deixei com meus filhos e usufruto de Silvia. Lá fizeram uma empresa para eventos. Nada além de um espaço de locação para casamentos e outras festas, para complementar a renda da família. Tudo igualmente dentro da legalidade, já que se constituiu uma empresa para tal finalidade. Ilegal seria alugar o espaço sem a constituição de uma pessoa jurídica”, diz, arrematando:

Tenho muito orgulho dela, e dos meus outros dois filhos, que trabalham honestamente e vivem com o fruto desse trabalho. Espero que ela não seja atingida em decorrência da minha atividade pública.

TCE atesta assiduidade

Abaixo, declaração da Chefia da Divisão de Recursos Humanos do Tribunal atestando que Marcela exerce regularmente suas atividades no período da manhã..

É BOM ESCLARECER
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2 Respostas para Marcela Cunha Lima: empresária, empregada da Elizabeth, comissionada no TCE

  1. RICARDÃO escreveu:

    O PORTO TBM TEM DESTE TIPO DE NINJA. RECURSOS HUMANOS, SETOR OPERACIONAL, JURIDICO E LICITAÇÃO.

  2. Cláudio Adão escreveu:

    Que sorte dessa moça, né? Enquanto quase 15 milhões de brasileiros sofrem na busca pelo emprego para “viver dignamente”, ela tem logo dois, um na esfera pública sem concurso e outro na iniciativa privada. Mas, longe de mim insinuar que essa ventura se dê pela linhagem familiar à qual pertence, longe de mim manifestar tal injúria.