Entidades condenam política de aumento de impostos

Aumento dos combustíveis se reflete em outros setores da economia (Foto: Agência Brasil)

A decisão do Governo Federal de aumentar impostos para melhorar a arrecadação, posta em prática na última sexta-feira, foi condenada por vários setores da sociedade. Empresários e trabalhadores foram pegos de surpresa com o aumento exorbitante do PIS/Cofins, que encareceu imediatamente os preços dos combustíveis, e que deve refletir em outros setores da economia, chegando até a cesta básica.

Sindipetro registra apreensão com cenário econômico
Em nota distribuída à imprensa, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad Filho, registrou sua “profunda apreensão com o cenário econômico atual, especialmente com a recente elevação de impostos pelo Governo Federal”.

Segundo o Sindipetro, o aumento do PIS/Cofins, na dimensão em que foi realizado, mais que dobrando seu valor no caso da gasolina, terá inevitavelmente grande e imediato reflexo nos preços. Ele ressaltou que a carga de impostos é muito alta no País e, no caso da gasolina, os tributos estaduais e federais representam cerca de 50%.

“Entendemos que o aumento da carga tributária é especialmente prejudicial num quadro de recessão, pois transfere recursos do setor privado para o público. Todos saem perdendo: empresas, consumidores e a sociedade”.

Central dos Sindicatos diz que pobres são os mais prejudicados
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) afirmou, também em nota distribuída à imprensa, que “a decisão do governo de elevar as taxas de impostos sobre os combustíveis para aumentar suas receitas é extremamente prejudicial ao País, sobretudo para a população mais pobre, uma vez que este tipo de encargo reflete cruelmente em setores sensíveis da economia, o que, consequentemente, eleva os preços dos alimentos e produtos essenciais, penalizando os trabalhadores e suas famílias”.

A CSB também ressaltou que o governo não economiza quando o assunto é manter seus interesses, lembrando que, recentemente, o governo liberou R$ 134 milhões em emendas parlamentares a 36 dos 40 deputados que votaram a favor do presidente no pedido de abertura de investigação contra ele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

“Diante deste cenário de desperdício de dinheiro público para atender a interesses de uma elite e do sistema financeiro, a CSB condena a atitude do Executivo de aumentar impostos, o que afundará ainda mais a economia, a geração de empregos e a renda dos brasileiros”, diz a nota.

CNI: elevação de tributos reduz poder de compra das famílias
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se posicionou contra a decisão do governo. “A elevação dos tributos drena recursos do setor privado para o setor público. Provoca o aumento dos custos das empresas e reduz o poder de compra das famílias, o que prejudica o crescimento da economia”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Ele destaca que a carga tributária do Brasil, próxima a 33% do Produto Interno Bruto (PIB), é a mais alta entre os países emergentes. Para a CNI, o equilíbrio das contas públicas deve ser perseguido pela contenção dos gastos e não pelo aumento dos impostos.

  • Andréa Batista, jornalista
É BOM ESCLARECER
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Uma resposta para Entidades condenam política de aumento de impostos

  1. Lúcia Elias escreveu:

    Já nos sentimos perdidos, sem rumos, sem a quem recorrer. Cada vez mais estamos empobrecendo. Não existem explicações, nem justificativas para tanto aumento de impostos, que atinge diretamente no bolso do consumidor. Com salários achatados, sem reajustes há mais de dois anos, como no nosso caso, servidores públicos estaduais e municipais, os professores são parte desse grupo. Só acumulamos dívidas. Como se explica, um anúncio de reajuste de combustível na noite da quinta e pela manhã dá sexta, as bombas já reajustadas, ou fazendo isso diante do cliente que já estava na fila? A que horas dá noite os donos de postos abasteceram as bombas já com o novo reajuste, de madrugada?
    Não aguentamos mais.