São João dificulta mobilização da base governista para manter Temer no cargo

Temer e Rodrigo Maia conversam em festa em Brasília (Foto: Dida Sampaio/Estadão)

A jornalista Mônica Bérgamo, colunista da Folha de S. Paulo, revela hoje (13) que atualmente o grande temor de Michel Temer é o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar antes do São João denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o atual ocupante da Presidência da República.

Tudo porque boa parte da base aliada do governo na Câmara Federal é do Nordeste e, como tal, neste período do ano deputados nordestinos fogem de Brasília para participar dos festejos juninos em seus estados.

Temer deve ser denunciado ao Supremo por obstrução da Justiça, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, crimes que teria cometido em suas relações com os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, conforme delação dos empresários. Mas, para dar abrir uma ação penal contra o Presidente da República, o Tribunal precisa da autorização de dois terços dos deputados federais.

Seriam 342 votos dos 513 votos disponíveis. Caso não disponha dos 172 votos necessários para barrar a abertura do processo no STF, Temer será afastado do cargo por 180 dias. Um processo de impeachment também precisaria de dois terços dos votos da Câmara para ser iniciado, caso o deputado-presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) admitisse acatar pelo menos um dos oito requerimentos que lhe foram encaminhados pedindo o impedimento do governante.

Em qualquer situação, parlamentares mais próximos do Palácio do Planalto ou do Palácio do Jaburu garantem que não haverá a menor dificuldade em reunir na Câmara os votos suficientes para livrar Michel Temer de responder a qualquer processo que o afaste da Presidência.

Na sexta-feira (9), ao participar de uma festa de aniversário de Rodrigo Maia em Brasília, que serviu também para comemorar sua absolvição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) naquele dia, Temer disse a vários de seus interlocutores que estava tranquilo e que tem muito mais do que 172 votos para se garantir na cadeira presidencial.

O deputado paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP), líder do governo na Câmara, estava entre os deputados com os quais Temer conversou sobre o assunto na festa, oferecida pelo deputado Alexandre Valdyr (líder do Podemos, ex-PTN) em uma mansão no Lago Sul.

Aguinaldinho, como é mais conhecido na Paraíba, deve ter assegurado ao ‘chefe’ que nem mesmo o Maior São João do Mundo, de Campina Grande, causará dificuldades a uma eventual mobilização de urgência da base aliada para enterrar as chances de o Supremo abrir processo contra o presidente da República em exercício.

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