Álcool triplica risco de estupros

Estudo sugere que bebida triplica risco de mulheres serem violentadas (Foto ilustrativa: Tribuna de Petrópolis)

Estudo diz que homens e mulheres são expostos a riscos diferentes quando abusam da bebida e sugere coibir ‘baladas open bar’ para evitar violência 

Uma pesquisa mostrou que o consumo excessivo de álcool expõe homens e mulheres a riscos diferentes. Observou-se que elas ficam três vezes mais vulneráveis ao abuso sexual, durante e depois das baladas. O estudo defende políticas públicas que combatam o modelo de baladas ‘open bar’ ou ainda que os bares sejam proibidos de vender bebida a quem ‘já passou do ponto’ como formas de prevenir estupros e outros males.

“Quando saem intoxicados da balada, eles estão mais sujeitos a fazer uso de drogas ilícitas e a dirigir embriagados, elas tendem a continuar bebendo e correm maior risco de overdose alcoólica. Muitos jovens disseram ter mantido relação sexual, mas não sabiam com quem ou terem acordado em um local estranho ou, ainda, não se lembrar como haviam chegado em casa. Isso é bastante preocupante”, disse a pesquisadora Zila Sanchez.

Sobre combater baladas open bar e proibir a venda para pessoas que já apresentam sinais de bebedeira, a pesquisadora justifica que isso já é feito em diversos países. “A ideia não é extinguir o consumo e sim garantir que as pessoas deixem os estabelecimentos em condições mais seguras”, disse.

A pesquisa
O levantamento foi feito com 2.422 jovens na cidade de São Paulo. A pesquisa foi coordenada por Zila Sanchez, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e contou com o apoio da Fapesp. Mais informações sobre o projeto e seus resultados podem ser encontradas no site do Projeto Balada com Ciência.

Secretária da Mulher atribui violência à ‘cultura do estupro’
A secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, disse que o alcoolismo pode ser o “tempero da violência” e que coibir seu uso excessivo em baladas não é a solução para enfrentar o machismo e a cultura do estupro perpetuada cotidianamente em músicas, filmes, novelas, na escola, em brincadeiras e nas relações interpessoais.

“O que fazer então com jovens que utilizam bebida alcoólica em outros espaços da cidade públicos ou privados?”, questionou.

As políticas públicas para o enfrentamento da violência contra mulheres defendidas por Gilberta Soares e implementadas pelo Governo do Estado são pautadas em quatro eixos: prevenção, assistência, repressão e participação social. Entre as ações estão as campanhas educativas, cartilhas sobre a Lei Maria da Penha, casa-abrigo e outros serviços de atendimento às vítimas, além do investimento em delegacias especializadas para mulheres, que aumentaram de 9 para 13, nesta gestão.

  • Andréa Batista, com informações de Karina Toledo/Agência Fapesp
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