Jucá no Conselho de Ética do Senado, que aprova jabuti para proteger os seus de prisão

Jucá anunciando afastamento do ministério Temer (Foto: Dida Sampaio/Estadão)

Fazendo justiça à célebre máxima da Lei de Murphy segundo a qual “nada é tão ruim que não possa piorar”, o Senado resolveu escandalizar mais um pouco os brasileiros que ainda se escandalizam com os escândalos patrocinados pela chamada ‘classe política’.

Sem dar tempo ao cidadão de bem de respirar um pouco nas últimas 48 horas, em menos de 24 o Senado elegeu três alvos da Lava Jato para a sua Comissão de Ética e, no dia seguinte, ao aprovar o fim do foro privilegiado, manteve e alargou privilégio reservado aos parlamentares.

Vamos, primeiro, à eleição de membros para o desfalcado Conselho de Ética, realizada na noite de terça-feira (30/5). Foram eleitos Romero Jucá (PMDB-RR), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Eduardo Braga (PMDB-AM). O primeiro como titular; os outros dois, suplentes.

Insuperável Jucá

Investigado em oito inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), Romero Jucá é líder do governo Temer no Senado, cargo a que foi promovido depois de pedir demissão do Ministério do Planejamento no dia 23 de maio de 2016. Demitiu-se após ser revelada conversa sua gravada por Sérgio Machado, ex-líder do governo FHC no Senado e ex-diretor da Transpetro.

Quem não lembra? O senador peemedebista expôs ao delator seu planejamento para derrubar a presidente Dilma, botar “o Michel” no lugar e, junto com o suposto apoio de ministros do Supremo, dar um jeito de estancar as investigações da Lava Jato, que começavam a se expandir além PT, incomodando principalmente o PMDB e o PSDB.

Na sua delação, Machado disse que pagava mesadas de 200 a 300 mil reais por mês a Jucá, Renan Calheiros e José Sarney. O dinheiro vinha de propinas pagas por fornecedores da Transpetro, subsidiária da Petrobrás. O esquema teria rendido R$ 21 milhões ao líder governista entre 2004 e 2014.

Proteção hedionda

Nessa quarta-feira (30/5), ao aprovar em turno definitivo a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba o foro privilegiado para autoridades, o Senado manteve a regra constitucional que não permite prisão de membros do Congresso Nacional a não ser em flagrante de crime inafiançável.

Achando pouco, acrescentou um porém: ainda que o parlamentar seja pego cometendo homicídio, latrocínio, estupro, tráfico de drogas e até terrorismo, mesmo assim ele somente ficará preso se a Câmara ou o Senado autorizar a prisão pelo voto da maioria dos membros de cada casa.

Diante disso, resta a esperança de que a pressão da opinião pública consiga derrubar esse jabuti da estaca da impunidade eterna na qual querem se trepar os mais ostensivos canalhas da política nacional. Mas isso depende agora da Câmara dos Deputados, onde a PEC contra o foro privilegiado será apreciada e votada por alguns dos nomes mais bem colocados em qualquer ranking de corrupção que se faça no Brasil.

É BOM ESCLARECER
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2 Respostas para Jucá no Conselho de Ética do Senado, que aprova jabuti para proteger os seus de prisão

  1. rfm escreveu:

    Nosso País , não tem ética , nem moral , nem NADA. País de CABRA SAFADO no poder e mais safado ainda , é o povinho que colocou esta bandidagem toda no poder.

  2. Antonio Carlos Ferreira de Mélo escreveu:

    Como pode o senador Jucá e outros pares que não tem ética fazer parte de conselho de ética. Temos que parar com essa palhaçada, não elegendo nenhum dos que compõem a legislatura atual, estão quase todos envolvidos nos escandalos e roubalheira desde muito tempo. Fora ladões