Jornal mostra os flagrantes de corrupção envolvendo Temer e Aécio

Aécio e Temer (Foto: (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Fotografias e textos publicados pelo jornal O Globo na tarde de hoje (18), em matéria assinada pelos jornalistas Lauro Jardim e Guilherme Amado, mostram “as cenas que provam a entrega de propina aos indicados de Temer e Aécio”.

O ‘conjunto da obra” expõe o deputado Rocha Loures (PMDB-PR), homem de confiança de Temer, e Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, flagrados em “ações controladas” da Polícia Federal após a delação da JBS, considerada “a mais dura em três anos de Lava-Jato” pelos autores do furo jornalístico.

Os jornalistas lembram que o deputado Rocha Loures foi destacado por Michel Temer para tratar com Joesley Batista dos interesses de seu grupo empresarial e foi gravado pegando R$ 500 mil em propina, a primeira de parcelas semanais prometidas para 20 anos que, se pagas, somariam ao final R$ 480 milhões.

“As cenas também são devastadoras para o presidente do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves. A Polícia Federal filmou o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, pegando, a mando de Aécio, R$ 1,5 milhão em propina — três quartos dos R$ 2 milhões que Aécio pediu, sem saber que era gravado, para Joesley”, afirmam, ilustrando o caso do senador com as fotografias reproduzidas abaixo.

Fred, como é conhecido o primo de Aécio, foi diretor da Cemig e um dos coordenadores da campanha do senador do PSDB a presidente em 2014. Ele recebeu o dinheiro das mãos do diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. “Foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. A PF filmou três delas”, acrescentam.

Segundo a filmagem da PF, Fred repassou, ainda em São Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). “Mendherson levou de carro a propina para Belo Horizonte. Fez três viagens — sempre seguido pela PF. As investigações revelaram que o dinheiro não era para advogado algum. O assessor negociou para que os recursos fossem parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zezé Perrella”, narram os jornalistas.

“Um dos grandes diferenciais da delação dos donos da JBS foi exatamente as “ações controladas” feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Polícia Federal. Neste mecanismo de investigação, o flagrante do crime é calculado de maneira que seja produzida uma determinada prova. Nessa investigação, a PF acompanhou, com câmeras e escutas, a entrega de dinheiro para intermediários de Temer e de Aécio”, complementam.

A movimentação do indicado de Temer

Os contatos entre Rocha Loures e Ricardo Saud, diretor da JBS e também delator, começaram no Café Santo Grão, em São Paulo, quando os dois trataram de negócios e combinaram o pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos. Mas, para receber a primeira parcela, o deputado empreendeu uma espécie de operação despiste.

Inicialmente, acertou para se encontrar com Saud no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo. Em seguida, levou o homem da JBS para um café, depois para um restaurante e, finalmente, para a pizzaria Camelo, na Rua Pamplona, no Jardim Paulista. “Foi neste endereço, próximo à casa dos pais de Rocha Loures, onde ele estava hospedado, que o deputado recebeu a primeira remessa de R$ 500 mil”, detalham Jardim e Medeiros.

“Rocha Loures, o indicado por Temer, é um conhecido homem de confiança do presidente. Foi chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência sob Temer. Após o impeachment, virou assessor especial da Presidência e, em março, voltou à Câmara, ocupando a vaga do ministro da Justiça, Osmar Serraglio”, acrescentam.

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