Em carta, José Dirceu admite apoio do PT a Ciro em 2018

Dirceu pode voltar para a cadeia dentro de um mês (Foto: Paraná 247)

O ex-ministro José Dirceu divulgou ontem (3) carta de 14 páginas em que analisa o cenário político do país, defende uma guinada à esquerda do PT e admite que o partido pode apoiar Ciro Gomes (PDT) para presidente, mas não relaciona tal possibilidade a um eventual impedimento da candidatura de Lula em 2018.

Divulgada originalmente no portal Paraná 247, a carta de José Dirceu e seu conteúdo foram repercutidos nessa quarta-feira pela revista eletrônica Fórum, que intitula sua matéria com uma frase atribuída ao ex-ministro na qual ele sentencia que “A guerra da mídia contra o PT está fracassando”.

José Dirceu teve a sua prisão preventiva de quase dois anos de duração revogada na terça-feira (2) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas pode voltar para o cárcere em Curitiba (PR) dentro de 30 a 40 dias, se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, confirmar sua condenação em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro.

Segundo levantamento publicado pelo jornal O Estado de São Paulo em 18 de dezembro de 2016, o TRF gaúcho ratifica ou aumenta as penas de 71%  das sentenças que sobem de Curitiba para Porto Alegre por conta de recursos das defesas dos condenados pelo juiz da Lava Jato.

“Dos 28 réus que já tiveram recurso julgado na segunda instância, nove tiveram suas penas aumentadas, somando em conjunto 78 anos de prisão a mais. Outros onze terão que cumprir a mesma pena decidida originalmente por Moro”, destaca o Estadão.

A carta de José Dirceu

A carta do ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República no primeiro Governo Lula foi escrita antes do julgamento do STF que o libertou. Nela, o autor denuncia que está em curso no país uma “guerra judicial” patrocinada pela mídia contra a esquerda, particularmente contra o PT, que, na visão de José Dirceu, está ganhando a guerra.

“Não há justificativa para a ruptura do pacto constitucional de 1988. Hoje a verdade vem à tona: um presidente (Michel Temer) repudiado por 80% dos brasileiros, um programa de reformas que é uma regressão social e política, um Congresso em pânico e uma mídia que assiste ao fracasso de sua guerra midiática contra o PT, Lula e o governo Dilma”, diz.

Sobre a sua situação, Dirceu se vê condenado à prisão perpétua, por força de delações premiadas que classifica como “forçadas, ilegais, fruto das prisões preventivas, ameaças de pena sem direito a responder em liberdade ou progredir, feitas de encomenda e de comum acordo com os chamados ‘cachorros’ (presos que, sob tortura, aceitavam mudar de lado) da ditadura”.

Sobre o futuro do seu partido, Dirceu prevê a volta do PT ao poder “com um giro à esquerda para fazer as reformas que não fizemos na renda, riqueza, poder, a tributária, a bancária, a urbana e a política” e sugere que nada impede os petistas apoiarem, se for o caso, a candidatura de Ciro Gomes (PDT) em 2018, no primeiro ou no segundo turno da eleição presidencial.

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