Aplicativos geram fadiga de estímulo das mensagens instantâneas

(Foto: Ilustração/Canaltech)

Philp Kotler, em seu livro Marketing 4.0, que ainda será lançado no Brasil, aborda sobre o paradoxo que nos acomete nos dias de hoje: “Vivemos em um mundo high tech, mas queremos um contato high touch. Quanto mais somos sociais, mais queremos algo feito para nós”.

O desafio de ser high touch na comunicação

Por Maraísa Lima

Quantas vezes por dia seu smartphone recebe uma notificação de mensagem alertando sobre um assunto “urgente” que precisa da sua atenção? Se a resposta é: “não tenho ideia”, bem-vindo (a) à realidade nua e crua!

Tendo à mão inúmeras tecnologias que facilitam cada vez mais a comunicação entre as pessoas, somos surpreendidos a cada instante por um paradoxo na forma como o aparato tecnológico, que supostamente deveria facilitar as relações, gera uma fadiga de estímulos muitas vezes desnecessários em nossa vida.

Numa rápida análise de um “app” de mensagens instantâneas em um dia, poderemos entender a qualidade e, sobretudo, o volume excessivo de mensagens a que somos submetidos até mesmo à revelia.

Em um dia recebi 80 contatos nesse único aplicativo. Foram enviadas em média 2.500 mensagens de textos, áudios, imagens e vídeos. Além do volume de informações, a maior parte, 82,5% dos contatos, foram feitos por meio de mensagens em massa. 22,5% dos contatos vieram de 18 grupos que geraram perto de 1.800 mensagens, a maioria sem interesse direto! Apenas 17,5% foram contatos efetivamente direcionados, com um real propósito de se comunicar de maneira direta.

Philp Kotler, em seu livro Marketing 4.0, que ainda será lançado no Brasil, aborda sobre o paradoxo que nos acomete nos dias de hoje: “Vivemos em um mundo high tech, mas queremos um contato high touch. Quanto mais somos sociais, mais queremos algo feito para nós.”

Queremos desfrutar ao máximo da tecnologia disponível para facilitar o contato com as pessoas, mas estamos estafados pelo estímulo excessivo e sem obter de fato os benefícios disponíveis pelos avanços tecnológicos. Sem contar que certamente ainda temos muito a vivenciar em termos de novas tecnologias de comunicação entre as pessoas.

Cada um, a seu modo e sem o devido preparo, busca uma vantagem competitiva ao estabelecer relações com as pessoas por meio de atalhos como aplicativos, redes sociais, sites e tudo o mais que o mundo virtual nos proporciona.

O desafio, portanto, é praticar uma comunicação consciente, one-to-one, high-touch e sem pressa. Não somos contrários à tecnologia. Só destacamos a importância de usá-la a nosso favor em busca de aproximação e experiências úteis e prazerosas com as pessoas.

  • Maraísa Lima é jornalista, especialista em Marketing, Comunicação Empresarial, Mídias Digitais e Liderança Organizacional. Professora do curso Comunicação e Redação Empresarial e coordenadora do MBA Assessoria de Imprensa na Comunicação Digital.
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