No interior, mais de 5 mil marcham pelo fim da cultura do estupro e contra reforma da Previdência

Pelo fim da cultura do estupro e contra a Reforma da Previdência, mais de 5 mil mulheres participaram ontem (8) em Alagoa Nova, no Brejo Paraibano, da 8ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia. Foi a maior maior manifestação realizada em todo o Estado para marcar o Dia Internacional da Mulher.

O evento foi organizado pelo Polo da Borborema, que reúne 14 sindicatos de trabalhadores rurais da região da Borborema na Paraíba em parceria com a AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. Teve início com a concentração, a partir das 8h, na Lagoa do Parque Manoel Pereira, no bairro Mário Lima, onde se deu a acolhida às centenas de caravanas do interior do Estado e de estados vizinhos.

A Marcha contou com a participação de Alessandra Luna, secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da coordenação da Marcha das Margaridas. Ela discursou em praça pública para falar do significado do 8 de Março e da conjuntura política.

“O 8 de março de 2017 é mais que nunca um dia de luta contra retrocessos como essa reforma da Previdência. Sabemos que esse é só mais um passo na consolidação do golpe que foi dado, mas não podemos aceitar que se iguale, por exemplo, a idade entre homens e mulheres para aposentadoria. Como ter direitos iguais se nós não conquistamos ainda condições iguais?”, questionou.

Homenagem a Margarida

Após os pronunciamentos das lideranças, foi encenada a peça “Zefinha não tem culpa!” pelo Grupo de Teatro Amador do Polo da Borborema, que conta a história de uma jovem agricultora abusada e estuprada por um conhecido de sua família. Mesmo vítima, Zefinha é acusada de ter ‘provocado o estuprador’ ao usar uma roupa curta e andar sozinha, sofrendo dessa forma uma dupla violência.

Após a peça, as mulheres saíram em caminhada pelas ruas da cidade. Foi feita uma parada no meio do percurso para reverenciar Margarida Maria Alves, sindicalista assassinada a tiros a mando de latifundiários da região, em 1983. Segurando flores, um grupo de mulheres cantou “Canção pra Margarida” do cantor e compositor de Zé Vicente.

A caminhada seguiu até a Praça João Pessoa, no Centro de Alagoa Nova, onde em um segundo palco montado no local houve o show de Lia de Itamaracá, acompanhada pelas também cirandeiras conhecidas como “As filhas de Baracho”, considerado o rei da ciranda.

  • (Do texto de Áurea Olímpia Figueiredo Rêgo, da Assessora de Comunicação
    AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. Fotos: Luciano Silveira)
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