Ex-secretário revela pioneirismo de técnicos paraibanos na Transposição e lamenta esquecimento de Gadelha

Newton Marinho Coelho (Foto: Sertão 1)

Ex-secretário de Estado e da Prefeitura de João Pessoa, o engenheiro agrônomo Newton Marinho Coelho revelou ontem (6) que ele e mais dois técnicos paraibanos exerceram um papel pioneiro na história do projeto de transposição do Rio São Francisco para o Nordeste Setentrional.

O pioneirismo inclui a participação de Gilberto Morais e João Rodrigues na formatação de proposta de transposição que os dois, juntamente com Marinho, entregaram ao então presidente Itamar Franco em 1993. Os três foram convocados pelo Palácio do Planalto a expor ideias sobre iniciativas que impulsionariam o desenvolvimento do semiárido nordestino.

O ex-secretário lamenta, contudo, que esse trabalho e a audiência com Itamar não sejam lembrados nas sucessivas entrevistas que o ex-senador Marcondes Gadelha concede atualmente como uma espécie de protagonista sem coadjuvantes dessa história.

Sobre o assunto, acompanhe a seguir o relato de Newton Marinho, que resolveu expor sua contribuição à transposição após ouvir comentário deste blogueiro na CBN João Pessoa, na tarde dessa segunda-feira (6), sobre a importância de Marcondes Gadelha na defesa do projeto que em uma semana deverá trazer, finalmente, água do São Francisco até a Paraíba.

A convite de Itamar

Caro Rubens, ouvi seu comentário a respeito do pronunciamento de Marcondes Gadelha sobre a contribuição dele no processo que culminou com a chegada das águas à Paraíba via transposição do São Francisco.

Tudo certo tudo correto, mas o ilustre colega de internato não fez sequer uma referência aos técnicos Gilberto Morais, Newton Marinho e Dr.João Rodrigues, que antes dele empunharam essa bandeira e foi essa mesma turma que após ter ido a Brasília a chamado do presidente Itamar Franco para apresentar o projeto lá, quem convidou Marcondes para enfrentar também a batalha que por sinal, nessa, lavrou muito bem.

Na nossa entrevista ao jornalista Gutemberg Cardoso juntamente com o hidrólogo João Rodrigues na última quinta-feira, na TV Master, deixei bem claro o nosso trabalho de pioneiros e também o de Marcondes, que foi igualmente determinante para o êxito da missão.

O ex-senador Mauricio Brasilino foi o elo de ligação entre nós e o presidente Itamar, de quem era um grande amigo. Tive a responsabilidade de coordenar em Brasília o grupo técnico que por nossa indicação foi formado por colegas do Nordeste para a elaboração do documento síntese intitulado ‘Nordeste Viável’, que dava ênfase à transposição.

O projeto foi apresentado por mim e entregue ao então ministro da Integração Nacional, Dr. Alexandre Costa, nas presenças dos Senadores Beni Veras do Ceará, Mauricio Brasilino da Paraíba e o chefe de gabinete do ministro, Sr. Lourenço Vieira da Silva, em 7 de maio de 1993.

Saudações,

Newton Marinho

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12 Respostas para Ex-secretário revela pioneirismo de técnicos paraibanos na Transposição e lamenta esquecimento de Gadelha

  1. Elizabete Nóbrega escreveu:

    Concordo com José Lacerda, o importante é a chegada das åguas e não quem deu o passo A ou B. Imclusive quem estå a frente de algum órgão do Estado, estå para cooperar com o bem comum, é um dever. Trabalhar pela população. Enquanto o cidadão que estå a serviço da população não tiver essa concepção, o nosso país não sai do buraco em que se encontra.

  2. Adailton de Alencar Vidal escreveu:

    O agronomo Newton Coelho foi meu colega e amigo em 1960, no internato do Colegio Diocesano de Patos; aproveito as noticias sobre a transposiçao das aguas do Velho Chico para com alegria saber de sua participaçao nos estudos que proporcionaram , assim espero. parte da redençao hidrica do nordeste.

  3. Pai, mãe, avô da obra, isso não interessa. O importante é que essa água chegue, e chegue mesmo. É preciso ficar de olho nessas terras (oitocentos lotes) doadas às margens do Rio Paraiba ou que seja do canal do São Francisco, para não se apossarem dessas águas desviando-as, como fizeram na adutora Coremas-Sabugi há pouco tempo atrás. Benditas águas órfãs, cujo pai é o criador e mais ninguém!

  4. Gilvan Eugenio Dos Santos escreveu:

    Me foi tirado o direito de me expressar!

    • Rubens Nobrega escreveu:

      Grato, Eugênio. Uma explicação: os comentários não são liberados de imediato. Precisam, antes, ser lidos. Este seu foi postado ontem às 10h da noite (22h01). Somente agora estou lendo e liberando.

  5. Gilvan Eugenio Dos Santos escreveu:

    Não concordo com a posição do ex senador Marcondes Gadelha, tomar pra si só, a luta pela Transposição do São Francisco, deixando de citar técnicos competentes com o quilate do DR NEWTON MARINHO! Datavenia peço.

  6. Simões escreveu:

    Todo mundo teve ideias agora!
    Mas nao saiu do lugar!
    O PSDB e sua quadrilha de mafiosos oportunistas, nunca fizeram nada pelo o país que deixasse marca como algo de bom pelo o povo.

    O unico presidente que teve PEITO pra tirarvdo papelve começar essa obra faraônica, foi o presidente LULA.

    Agora estao querendo fazer campanha política com a obra dele!

    Cássio Cunha Lima é um oportunista PSDBista cretino!

  7. Simões escreveu:

    Todo mundo teve e tem ideias pra fazer. Sendov assim até D. Pedro II
    é autor do projeto, ele tbm pensou!
    So um presidente teve peito pra fazer LULA.
    A direita agora manifesta!
    Como semprevnao fazem porra nenhuma!
    Adoram gozar com pau dos outros!
    É do feitinho de Cálcio Cunha Lima e a turma do PSDB!
    Fazer politica com projeto dos outro sem fazer esforço,
    Nunca fuzeram nada pelo o país!

  8. Arael M. da Costa escreveu:

    Dentro dessa controvérsia em torno da paternidade da obra, vale considerarmos não só a advertência acima (Antônio Carlos), como uma manifestação antiga do geógrafo e professor emérito da USP, Aziz Ab’ Sáber, sobre os riscos do uso dessa água, sem as adequadas preparações dos usuários e dos terrenos a irrigar.
    Diz o mestre, em artigo publicado em 22.Mar.2011, e vale a pena relembrar: “Bons projetos são todos aqueles que possam atender às expectativas de todas as classes sociais regionais, de modo equilibrado e justo, longe de favorecer apenas alguns especuladores contumazes.”
    Diz, mais: “É compreensível que em um país de dimensões tão grandiosas, no contexto da tropicalidade, surjam muitas ideias e propostas incompletas para atenuar ou procurar resolver problemas de regiões críticas. Entretanto, é impossível tolerar propostas demagógicas de pseudotécnicos não preparados para prever os múltiplos impactos sociais, econômicos e ecológicos de projetos teimosamente enfatizados.”
    Bem sabemos existirem pessoas que recordam registros mais antigos que dão conta de tragédias ecológicas provocadas por projetos dessa natureza (vale lembrar, por exemplo, o da Represa de Assuam, no Egito), razão pela qual se faz necessário, segundo compreendo, alguma reflexão sobre o assunto, notadamente quando o professor acentua: “Os “vazanteiros” que fazem horticultura no leito dos rios que “cortam” – que perdem fluxo durante o ano-serão os primeiros a ser totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: “A cultura de vazante já era”. Sem ao menos dar qualquer prioridade para a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade maior em relação aos espaços irrigáveis que viessem a ser identificados e implantados. De imediato, porém, serão os fazendeiros pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, nos cinco ou seis meses que os rios da região não correm.”
    Vamos, então, deixar as politiquices de lado e pensar no povo, pelo menos uma vez.
    Parece-me, assim, que antes de qualquer manifestação

  9. Antonio Carlos Ferreira de Melo escreveu:

    Como paraibano reconheço o trabalho valioso de todos os heróis que enfrentaram todo tipo de empecilho para concretização desse sonho, parabéns a todos. Aproveito para apelar aos mesmos ou alguém que tenha responsabilidade e entusiasmo com o setor, para evitar que as águas que estão chegando caiam nas mãos de produtores rurais não capacitados para usar essa água como irrigação, sem ter o menor preparo técnico, e que estão prestes a receber do governo do estado 800 lotes de terra, isso só no entorno do canal de distribuição próximo a região de Itabaiana. Verdadeiro absurdo, porque água na mão de quem não sabe usá-la , é pior do que uma grande seca, lava e degrada o solo e nada produz.

  10. Marília escreveu:

    Aplausos para esses bravos e pioneiros técnicos e ao senador Marcondes Gadelha que com humildade deram a sua contribuição..