Polícia Científica da Paraíba recebe equipamentos de alta tecnologia para elucidar crimes

A chegada de novos equipamentos tecnológicos, com investimentos de quase R$ 2,8 milhões, promete ajudar a perícia criminal da Paraíba na difícil missão de elucidar crimes através dos vestígios encontrados.

A Polícia Científica, a quem cabe o desafio de encontrar as ‘verdades’ dos crimes, necessita de investimento, tecnologia e modernidade, isso em qualquer lugar do mundo. O problema é que a maioria dos institutos do país estão longe do padrão CSI dos filmes americanos.

Na Paraíba, embora a estrutura do Instituto de Polícia Científica (IPC) não seja das melhores, é preciso considerar os avanços feitos nos últimos anos. Um dos equipamentos recebidos no mês de fevereiro foi o scanner Focus 3D, dispositivo portátil de alcance intermediário que oferece escaneamento preciso a até 130 metros em três dimensões.

“É capaz de capturar informações digitais do local do evento, tirando fotografias simultâneas de alta resolução, fornecendo resultados de digitalização realistas e originais em cada detalhe”, explicou Marcelo Burity, gerente operacional de perícias de criminalísticas da Paraíba.

Análises mais rápidas

Burity revelou que o equipamento será levado pela equipe pericial ao local de crime ou acidente de trânsito e escaneará pelo menos três pontos, extraindo informações que posteriormente poderão ser reproduzidas no laudo pericial.

Com o scanner, disse Burity, será possível descrever a dinâmica do fato com mais precisão, materializando a prova para uso do Judiciário. “Basicamente, os peritos farão as mesmas análises que já faziam antes, mas com essa ferramenta as análises serão mais rápidas e precisas”, destacou.

O equipamento custou R$ 297 mil e foi adquirido através de convênio entre o Governo Federal e a Secretaria de Segurança e Defesa Social. Entre os estados do Nordeste, a Paraíba é o único que possui o scanner Focus 3D quando considerados apenas os institutos de polícia científica. Outras instituições, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal também possuem o scanner.

Comparadores balísticos

O IPC-PB também recebeu mais cinco microscópios comparadores balísticos motorizados da marca Leica, modelo FS C, de origem alemã. A Paraíba já tinha três. A distribuição se deu da seguinte forma: dois em João Pessoa, dois em Campina Grande e um em Patos. O investimento foi superior a R$ 2,5 milhões.

“Os equipamentos permitem a análise comparativa de micro-vestígios impressos em estojos e projéteis de arma de fogo durante o disparo. O exame de confronto balístico possibilita identificar a arma, a quantidade, os tipos e, assim, contribuir de forma efetiva na investigação policial”, afirmou o gerente operacional.

Segundo Burity, na prática, os micro-comparadores funcionam assim: imagine um local de homicídio em que há uma vítima de disparos de arma de fogo. Após buscas, a polícia prende um suspeito com uma arma, mas que nega a autoria do crime.

“Pois bem, nessa situação, o perito poderá, usando o microscópio, afirmar se os projeteis retirados da vítima foram expelidos por aquela arma apreendida com o suspeito, fornecendo assim uma prova material de autoria daquele delito”, explicou Burity.

Espera pela nova sede

Embora a perícia criminal seja parte indispensável quando o assunto é ‘busca por Justiça’, a estrutura do IPC-PB carece de investimentos. No ano passado, peritos denunciaram ao Blog a precariedade nas instalações da unidade localizada no bairro do Cristo, em João Pessoa. Segundo os peritos, falta muita coisa, até uma simples folha de papel ofício para imprimir um laudo.

O gerente Marcelo Burity admite que a atual estrutura não é adequada, mas se mostra esperançoso com a promessa de construção da nova sede. “Aguardamos ansiosamente a construção da nossa nova sede do Instituto por parte do Governo do Estado, mas como sabemos a situação atual do país é muito difícil e isso com certeza afetou os recursos aplicados em nosso Instituto”, afirmou.

Apesar da deficiência, ressalva Burity, o IPC conta com o empenho e criatividade dos profissionais, aliados a alguns investimentos em estrutura e equipamentos, “conseguindo manter o nível de excelência de nossos laudos, atingindo a finalidade que é uma prova pericial robusta e imparcial”.

  • Valéria Sinésio
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