Professores denunciam sucateamento da UEPB e temem fechamento

(Foto: Focando a Notícia)

Preocupados com a possível demissão de 120 professores substitutos e do adiamento das novas turmas de maio para outubro, professores efetivos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) reclamam do sucateamento da instituição, que a cada ano sofre com a redução orçamentária.

O clima nos corredores dos oito campi da Universidade não é dos melhores. Professores, técnicos e alunos temem que a situação fique ainda pior do que a enfrentada atualmente. O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb), Nelson Júnior, disse ontem (21) que embora o sindicato não possa votar seus representantes estarão presentes na reunião marcada para o dia 7 de março, quando será decidida a demissão dos professores substitutos e o adiamento do semestre.

“Nossa grande preocupação é fechar a UEPB, diante dessa situação caótica. Esses professores começam a voltar para suas cidades, perto de suas famílias, porque não há incentivo, não há reajuste há três anos”, declarou.

Na avaliação da Aduepb, diante dos cortes sofridos pela instituição, o reitor Rangel Júnior deveria chamar a comunidade acadêmica para uma audiência pública e expor a realidade orçamentária da UEPB, mostrando que se continuar dessa forma, a Universidade vai fechar. “Tem que mostrar que o governador Ricardo Coutinho está quebrando a UEPB”, destacou. Segundo Nelson, os cortes devem atingir também servidores técnicos.

A consequência direta das demissões e do adiamento do semestre, segundo Nelson, é para os estudantes, uma vez que a instituição terá 2,7 mil alunos a menos todo ano. “É uma medida que atinge toda a sociedade, sobretudo alunos vindos de escolas públicas, tendo em vista que hoje 50% das vagas são destinadas a esses estudantes”, afirmou o presidente da Aduepb. Em cinco anos, a UEPB terá perdido mais de 10 mil alunos, segundo ele.

Corte no orçamento

“Desde o início do governo de Ricardo Coutinho, em 2011, a UEPB passa por um processo de redução de recursos. No primeiro momento, o governador mudou a lei de autonomia e passou a reduzir o orçamento da UEPB em valores percentuais, mesmo aumentando o valor real”, declarou Nelson Júnior.

Segundo o professor, para o ano de 2017 a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou para a UEPB um orçamento de R$ 317 milhões (o executado em 2016 foi R$ 307 milhões). Este ano, contudo, ao apresentar o Quadro Demonstrativo de Despesa (QDD) do Orçamento do Estado, o governador apresentou o da Universidade com o valor de R$ 290,6 milhões, ou seja, com um corte de R$ 27 milhões.

Considerando todos esses fatos, os professores da UEPB continuam em estado de greve desde a assembleia geral realizada em 7 de dezembro. Este mês, a categoria fez plenárias nos oito campi debatendo a possibilidade de greve, que será decidida em uma nova assembleia marcada para o dia 9 de março.

Demissão de substitutos

Esta semana, o reitor Rangel Júnior revelou que a demissão dos professores substitutos e o adiamento do semestre letivos de 97 turmas de novos alunos de maio para outubro são as únicas medidas viáveis para tentar equilibrar o orçamento da UEPB. Ele admitiu cortes sucessivos em bolsas de pesquisas, programas de extensão e outras atividades acadêmicas.

É BOM ESCLARECER
O Blog do Rubão publica anúncios Google, mas não controla esses anúncios nem esses anúncios controlam o Blog do Rubão.

4 Respostas para Professores denunciam sucateamento da UEPB e temem fechamento

  1. Joelson calixto do nascimento escreveu:

    Vejo isto com muita tristeza, logo agora com Junior no comando da instituiçao… q d a esquerda unida? Esta faltando forças ou vontade politica??????

  2. Margareth Andrade escreveu:

    Engraçado é que no dia 11 de janeiro o DO publicou contratação de centenas de funcionários comissionados para UEPB, entre eles um jornalista que está na Rússia , estranho né ?

  3. rfm escreveu:

    É o que o Governador quer ; FECHAR A UEPB.

  4. EDUARDO JORGENS DE MAMAN escreveu:

    Verdadeira tragédia, principalmente para os estudantes mais pobres, que dependem do poder público para trilhar seu futuro.