Corte no orçamento força UEPB a demitir mais de 100 docentes e adiar novas turmas para outubro

Rangel reuniu-se ontem com o Comitê que acompanha execução orçamentária (Foto: UEPB)

Sem dar explicação alguma, o Governo do Estado cortou mais de R$ 23 milhões do orçamento deste ano da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Se antes a instituição se preparava para muita dificuldade em executar um orçamento anual de R$ 320 milhões, muito aquém de suas necessidades, agora vai ter que demitir professores, paralisar programas de extensão e de pesquisa e até adiar o ingresso de novos alunos.

Uma reunião do Conselho Universitário (Consuni) da UEPB, marcada para o próximo dia 7 de março, vai decidir se 120 professores substitutos serão demitidos como forma de contenção de despesas, conforme explicou nesta segunda-feira (20) o reitor Rangel Júnior em entrevista à rádio CBN João Pessoa.

Outra proposta a ser analisada pelo Conselho é o remanejamento do semestre letivo dos calouros de maio para outubro. Segundo o reitor, a interrupção dos contratos dos professores foi o único caminho apontado por estudos que visam equilibrar o orçamento da instituição, que tem sede em Campina Grande e campi nas cidades de João Pessoa, Monteiro, Patos, Araruna, Catolé do Rocha, Guarabira e Lagoa Seca.

“Todos os estudos feitos apontam que só existe uma maneira que é diminuir o quadro de professores e para isso é preciso reduzir o quantitativo de aulas oferecidas. Como não podemos reduzir dos alunos já matriculados, a proposta é fazer o remanejamento de maio para outubro. Hoje foi feita a convocatória, mas a decisão só deve sair no dia 7 de março. Até lá, a UEPB pretende publicar uma portaria com o conjunto de medidas restritivas suspendendo algumas atividades e ações nos campi”, revelou.

Caso a mudança do semestre seja aprovada pelo Conselho, a medida vai atingir cerca de 3,3 mil alunos, o que equivale a 97 turmas. “Se remanejarmos para outubro, vamos reduzir o número de professores substitutos de 439 para 319, é uma redução aproximada, podendo haver variação”, ponderou.

O reitor explicou que o custeio deste ano é idêntico ao do ano passado e que a instituição vem fazendo uma série de cortes em atividades para suportar as restrições orçamentárias. “Tivemos que reduzir ações de apoio a eventos, pesquisas, atividades de extensão, aulas de campo”, declarou.

Ele citou o problema da frota da UEPB, que é antiga e precisa de consertos frequentes. “O carro que eu viajo tem mais de 250 mil quilômetros rodados. Eu mesmo já fiquei no ‘prego’ três vezes nos últimos meses”, frisou. Outra consequência da crise na UEPB foi o fim do vestibular, que tinha o custo aproximado de R$ 500 mil. “Com os cortes, não nos resta mais alternativas”, lamentou.

Rangel Júnior realizou ontem sua primeira reunião do ano com o O Comitê de Acompanhamento Permanente (CAP) da execução orçamentária da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), composto por parte dos membros do Conselho de Orçamento Participativo (COP), se reuniu pela primeira vez este ano com o reitor Rangel Junior para estabelecer estratégias de trabalhos e apresentar propostas para redução de gastos na Instituição.

Diárias, passagens, água, luz…

Rangel Júnior reuniu-se ontem pela primeira vez este ano com o Comitê de Acompanhamento Permanente (CAP) da execução orçamentária. Foram discutidas sugestões de corte de despesa em diárias, passagens e maior contenção no consumo de energia elétrica e água. A reunião foi realizada no Gabinete da Reitoria, no Campus de Bodocongó, em Campina Grande.

“Foi proposta ainda a diminuição no quantitativo de servidores técnicos administrativos temporários, reformulação contratual nos salários de todos os temporários e realização de processos seletivos em contratações futuras”, informa a UEPB em seu portal, acrescentando que nos próximos dias o CAP vai discutir com a Procuradoria Jurídica a possibilidade de a instituição pedir isenção ICMS nas contas de água, luz, telefone e em todas as compras que a instituição fizer.

  • Valéria Sinésio
É BOM ESCLARECER
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3 Respostas para Corte no orçamento força UEPB a demitir mais de 100 docentes e adiar novas turmas para outubro

  1. Destruir a EDUCAÇÃO nunca foi ou será solução para qualquer
    País!

  2. SELMA MELLO escreveu:

    Rubens, em pleno século XXI, vê uma instituição como esta, agonizando é muito preocupante. Agora é preciso reconhecer que a UEPB, ainda está colhendo os frutos e dissabores de gestões passadas e perdulárias. Expandiram demais e sem o devido planejamento. Eis o resultado que agora assistimos e a população acadêmica pagando um alto preço. Quanto ao Governo do Estado, imagino que o atual inquilino do Palácio da Redenção, por sua vontade própria já deveria ter federalizado esta IES.

  3. RONALDO escreveu:

    PRA QUEM JÁ FECHOU MAIS DE 220 ESCOLAS ESTADUAIS ISTO É CAFÉ PEQUENO. FECHAR UMA INSTITUIÇÃO ACADÊMICA.!!!!!!