Sindicato aponta fracasso de escola integral no Estado por falta de estrutura

Esta escola teria perdido mais de 800 alunos após a implantação do projeto (Foto: Blog da Escola)

Em vez de solução, a implantação da ‘Escola Cidadã’ em tempo integral na rede estadual de ensino transformou-se em pesadelo para professores, diretores e pais de alunos.  O problema maior seria a falta de estrutura nas escolas. Onde o projeto teria sido implantado até aqui, o fracasso é evidente.

Quem subsidiou o blog com informações e dados que comprovariam o fiasco da ‘Escola Cidadã’ foi Carlos Belarmino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep).

Como exemplo, ele citou o que aconteceu na Escola Estadual Padre Hildon Bandeira, no bairro da Torre, em João Pessoa. “O grande problema que temos hoje na Paraíba está relacionado à implantação das escolas cidadãs, porque foi feito de cima para baixo, sem nenhum diálogo com os professores”, declarou.

Segundo ele, as escolas não têm estrutura necessária para o modelo adotado pelo governo. “Falta desde sanitário a deficiências no refeitório, das falhas hidráulicas às elétricas. Sem contar o quesito segurança. Todos esses problemas foram apontados pelo Sindicato, mas o governo não quis ouvir”, afirmou.

A Padre Hildon Bandeira é uma tradicional escola pública de João Pessoa e reduziu drasticamente o número de alunos. “Em 2016, começou o ano letivo com 50 alunos matriculados e terminou com apenas 12 na sala de aula. A evasão é alta e evidente e isso nos preocupa”, declarou o sindicalista.

Segundo ele, a insatisfação também traz angústia aos pais de alunos. Antes da implantação desse modelo, a Hildon Bandeira tinha cerca de 900 alunos. Com a mudança, os estudantes que não quiserem o modelo, devem procurar outra escola.

Este ano, segundo o Sintep, o modelo foi implantado na Escola Estadual Luís Ramalho, em Mangabeira. “Infelizmente as escolas não têm estrutura adequada, acaba que a comunidade fica refém desse modelo porque não tem outras opções perto de casa”, frisou Belarmino.

Escolas de Sapé e de Mamanguape também adotaram o modelo. “É importante lembrar que somos a favor da escola em tempo integral, mas desde que haja estrutura para isso. Não adianta apenas aumentar a carga horária sem dar condições para isso”, criticou.

Como é

A ‘escola cidadã’ funciona em tempo integral, nos dois turnos. O modelo está inserido na Meta 6 do Plano Nacional de Educação, que é oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender pelo menos 25% dos alunos da educação básica.

No modelo adotado, os alunos passam 9 horas e 30 minutos na escola, com direito a refeições. Na proposta do governo, os estudantes podem escolher, além das disciplinas obrigatórias, matérias como música, teatro, cinema etc. Contudo, segundo o Sintep, a proposta não se concretiza por falta de estrutura.

A Secretaria de Educação do Estado foi procurada, mas não respondeu aos questionamentos.

  • Valéria Sinésio
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