Exterminador de escolas estaduais ataca novamente e causa revolta

Atividade de leitura na Fenelon Câmara (Foto: Secom-PB)

A TV Cabo Branco mostrou ontem (31) no seu telejornal da noite que o Plano de Extermínio de Escolas do Governo do Estado fez mais 129 novas vítimas. São alunos da Escola Estadual Fenelon Câmara do Castelo Branco, em João Pessoa.

Finou-se desse modo mais um colégio marcado para morrer por crime de lesa-educação cometido pela administração estadual contra mais de 200 educandários da rede pública desde que a atual gestão foi entronizada, em 2011.

Desta vez, para maior revolta ainda da comunidade escolar, entre as vítimas do fechamento – que o governo chama de ‘reordenamento’ – estão crianças especiais, além dos familiares de todos os alunos e os mais de 20 educadores contratados ou efetivos que lá trabalhavam.

Significa que o número de pessoas atingidas não se resume ao alunado que a Fenelon vinha formando com qualidade. A escola era das mais bem avaliadas pelo Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica aplicado pelo Ministério da Educação.

Apesar do Ideb elevado e de ano passado ter sido premiada pelo próprio Governo do Estado em razão de positivo desempenho, a justificativa da Secretaria Estadual de Educação para desativar a Fenelon é “melhorar a qualidade da educação dos alunos”.

Alunos, pais de alunos, funcionários e professores da escola fechada lembram, contudo, que em 2016 todos se sentiram contemplados no Prêmio Escola de Valor e Mestres da Educação, conferido pela mesma Secretaria de Educação.

A reportagem do JPB 2ª Edição fecha informando que os alunos da Fenelon foram transferidos para a Braz Baracuhy, outra escola estadual do mesmo bairro, que estaria em “melhores condições”. Mas não foi isso o que a repórter Zuíla David viu e a tevê mostrou ao visitar o colégio que escapou da degola.

O telejornal disse ainda que o governo também fechou a Carmelita Pereira Gomes, no Ernani Sátyro. E tanto lá quanto no Castelo Branco o fechamento está respaldado em laudo técnico que apontou a inviabilidade de manter as duas escolas funcionando.

O laudo é assinado por engenheiros, não por educadores. O que remete a suposto comprometimento da estrutura física das escolas. Se é assim, os problemas poderiam ser resolvidos com a recuperação das instalações ou uma boa reforma.

Mas entre o fundamento educacional e o econômico, o governo fez sua escolha. Não por dificuldade em fazer reparo ou restauração de uma escola. O serviço é simples, mas custa dinheiro. E dinheiro a gestão em curso prefere investir em obra nova, que rende mais. Política e eleitoralmente, inclusive.

 

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