Pesquisa de Instituto de Campina extrai da massaranduba remédio potente contra doença sexual

Pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), com sede em Campina Grande, juntaram-se a colegas de duas universidades federais e descobriram que a folha de massaranduba (foto) tem potencial para se transformar em poderoso remédio contra a tricomoníase, doença sexualmente transmissível.

A pesquisa, cujo resultado foi recentemente publicado, é responsabilidade do Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga (NBioCaat) do Insa em parceria com as Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e do Rio Grande do Sul (UFRGS). “O resultado comprova ação de substâncias encontradas no extrato da folha da Massaranduba (Manilkara rufula), espécie endêmica da Caatinga, contra os protozoários causadores da tricomoníase bovina e humana”, relata matéria postada no último dia 24 no portal do Insa.

A tricomoníase bovina é transmitida em cruzamentos das fêmeas com touros infectados que não apresentam sintomas da enfermidade. Quando a vaca contrai a doença, ocorrem perdas econômicas significativas devido à infertilidade, baixas taxas de gravidez e aborto em vacas. “Erradicar a infecção gera custos elevados, uma vez que não há nenhum tratamento aprovado e dependem de medidas como o abate de touros contaminados”, observa o Insa.

A tricomoníase humana, por sua vez, infecta 276 milhões de pessoas por ano, diz a Organização Mundial de Saúde (OMS). “A enfermidade nos humanos está associada ao aumento da transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), parto prematuro, bebês com baixo peso, infertilidade, doença inflamatória pélvica, câncer do colo do útero e próstata”, informa, acrescentando:

A medicação padrão para o tratamento em seres humanos é o metronidazol, no entanto, o aumento crescente de resistência às drogas é a principal causa de falha do tratamento.

Foi na Massaranduba que os cientistas encontraram alternativa para o problema. Os pesquisadores investigaram particularmente a atividade do extrato acetônico da folha da planta (produzido a partir do pó da folha mergulhado na acetona, um solvente orgânico) e de sete frações produzidas a partir deste extrato. O material da pesquisa foi coletado no Parque Nacional do Catimbau, em Buíque (PE).

“Foram realizados testes com amostras isoladas de T. foetus e T. vaginalis. O estudo comprovou que concentrações de 10mg/ml do extrato e as frações foram capazes de matar os protozoários”, garante o texto de divulgação da pesquisa. Ainda de acordo com o Insa, seu pesquisador Alexandre Gomes assegura ser esta a primeira vez que se comprova a eficácia da massaranduba contra a tricomoníase.

“É um dado importante para uma planta nativa da Caatinga porque pode agregar valor à planta, abrindo uma perspectiva para desenvolvimento de arranjos produtivos com esta espécie, além de ser uma informação importante para conservação da espécie”, ressalta o pesquisador.

Acesse o artigo completo aqui.

  • Com Assessoria de Comunicação do Insa
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