Policial perde quase metade do que ganha se levar um tiro na Paraíba

Delegado Cláudio Lameirão, presidente da Adepedel (Foto: Ascom)

Delegado Cláudio Lameirão, presidente da Adepedel (Foto: Ascom)

Uma nota pública distribuída ontem (30/11) por entidade representativa dos delegados de Polícia Civil da Paraíba chamou a atenção do blog por um dado que mostra bem a indignidade salarial com que são tratados os policiais civis pelo Governo do Estado. Para o leitor ter uma ideia, basta dizer que se algum desses agentes da Segurança Pública levar um tiro e ficar aleijado, por exemplo, ele perderá quase a metade do salário a partir de quando for internado. E se morrer, sendo casado, deixará à viúva e descendentes menores uma pensão que não chega a 60% do que recebe na ativa.

A nota, reproduzida abaixo, expõe de forma bastante objetiva a remuneração indigente dos policiais paraibanos que fazem parte do quadro da força pública do Estado. Foi divulgada pela Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados da Paraíba (Adepdel) sob o título ‘Associação de delegados negocia com governo projeto que evita perdas salariais para policiais’. Há mais de dez anos sem recompor o poder de compra dos salários corroídos pela inflação, os dirigentes da entidade querem, pelo menos, que qualquer de seus membros em licença para tratamento de saúde mantenha a sua remuneração integral. Para tanto, abrem mão de qualquer reajuste até 2018.

O que diz a Adepdel

A Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados da Paraíba – Adepdel – está está negociando com o Governo do Estado um projeto de segurança salarial que prevê que o policial que sofrer um acidente de trabalho e venha a tirar uma licença para tratamento de saúde não tenha perdas financeiras. Hoje, 44,5% da remuneração do policial é composta por verba indireta como hora extra. Uma vez afastado de suas funções, seja por acidente, licença maternidade ou vítima de um tiro, por exemplo, o ou a policial perde quase a metade de sua renda mensal. O mesmo acontece com viúvas de policiais, que ficam com a pensão com valor bem inferior à remuneração que o marido recebia.

De acordo com o presidente da Adepdel, delegado Cláudio Lameirão, as conversas com o governo estão avançadas e o fato de não se estar pleiteando reajuste facilita. “Gostaríamos de já dar essa notícia para nossos associados no Dia do Delegado, mas ainda não fechamos a negociação. Contudo, acreditamos que o governo será sensível a esse pleito que abrange toda a segurança pública. Entendemos a dificuldade financeira do Estado e não estamos reivindicando aumento salarial, apenas a adequação dos valores que constam na remuneração, o que não representa nenhum acréscimo na folha de pagamento do Estado nem tem incidência na Lei de Responsabilidade Fiscal”, explicou Lameirão.

O vice-presidente da Associação, delegado Steferson Nogueira, ressaltou que é muito importante que esse projeto seja aprovado e destacou que ele foi construído com responsabilidade e tem apoio de todas as entidades policiais. “A estabilidade salarial dos policiais evidentemente tem reflexo na sociedade que vai contar com um profissional menos tenso nessa atividade que já tem um alto grau de estresse pela própria natureza. Pela segurança salarial abrimos mão de reajuste até 2018”, declarou.

A Associação comemora oito anos de fundação no próximo sábado, 3, Dia do Delegado de Polícia. O presidente da entidade, delegado Cláudio Lameirão, considera que a categoria tem grandes conquistas a festejar, mas lembrou que ainda há muito pelo que lutar. O delegado Steferson Nogueira apontou como vitórias alcançadas pela Adepdel a instituição da Lei Orgânica, plantões remunerados, adicional por delegacias, promoção de mais de 400 delegados nos últimos anos, nomeação de concursados, representação em entidade nacional, ampliação de serviços jurídicos e a compra da sede administrativa.

É BOM ESCLARECER
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Uma resposta para Policial perde quase metade do que ganha se levar um tiro na Paraíba

  1. Parabéns ADEPEDEL, a realidade do policial civil na PB é essa mesmo. Vamos lutar unidos por essa causa.