PM de Manaíra acusada de fazer guarda particular. Mas a história é outra…

Capitão Antônio Souza Santos com a Professora Érika Marques (Foto: Iesp)

Capitão Antônio Souza Santos com a Professora Érika Marques (Foto: Iesp)

Um programa de policiamento comunitário, solidário e preventivo conseguiu reduzir em 40% o número de roubos e furtos em Manaíra, Capital, nos últimos seis meses. Chamado de Manaíra Segura, a iniciativa está a cargo do Distrito Integrado de Segurança Pública (Disp) do bairro e utiliza aplicativos como WhatsApp para permitir uma comunicação direta e ágil entre moradores e a Polícia. Apesar disso, desde ontem rodam nas redes sociais ‘prints’ de conversas de um grupo de zap (que leva o mesmo nome do programa) com um objetivo muito claro: fazer com que o serviço pareça uma prestação de serviço de proteção particular pela PM ou no mínimo uma corrente entre amigos.

Este blogueiro recebeu ontem e hoje (28), de pelo menos três fontes distintas, cópias de trechos de conversas que realmente sugerem o emprego de homens e viaturas da Polícia Militar para dar proteção a pessoas diferenciadas, entre elas autoridades do Judiciário e do Ministério Público. Na manhã desta segunda-feira, por telefone conversei com o coronel Euler Chaves, comandante-geral da PM, e em seguida com o coordenador do Programa Manaíra Segura, Capitão PM Antônio Souza Santos, que aparece nos diálogos de zap-zap demandado para enviar policiais a locais onde os solicitantes vão estar proximamente para buscar, visitar algum parente ou coisa parecida.

Ao comandante expus o que parecia inicialmente a denúncia de um escandaloso esquema de utilização de recursos públicos em proveito privado. Coronel Euller garantiu prontamente que mandaria apurar os fatos, mas antecipou sua confiança no trabalho do Capitão Antônio e, a meu pedido, forneceu os contatos telefônicos do oficial, com quem a seguir conversaria longamente sobre o Manaíra Segura. E nessa conversa soube que o programa não atende apenas àquele bairro. Inclui o vizinho São José e pode se estender e outros sete, a exemplo do Bessa, que também integra a jurisdição, digamos assim, do Disp de Manaíra.

“Tenho nove viaturas e mais de 100 homens no Disp para atender a qualquer um que solicite a presença da Polícia Militar em qualquer local desses bairros, com o objetivo de garantir segurança. Para tanto, disponibilizo até o meu telefone pessoal e participo de grupos de WhatsApp e neles dialogo com os demais integrantes. Além disso, fazemos reuniões regulares com o Conselho de Segurança Comunitária de Manaíra e de outros bairros que nos convidem. Reuniões na Igreja de São Pedro Pescador. Também sou muito procurado para participar de assembleias de condomínios residenciais ou de conselhos em escolas públicas e privadas”, relatou.

Sobre os contatos via zap, disse ao capitão que como os grupos são limitados (máximo de 240 membros, salvo engano) o meio de interação apresenta-se como elitizante. Afinal, observei, somente o bairro de Manaíra tem 26 mil habitantes (dado fornecido pelo próprio oficial) e obviamente nem todos têm oportunidade de participar de grupos do Whats nos quais é possível acesso imediato ao comandante do serviço. Por sua vez, o Capitão Antônio manifestou que a insuficiência seria suprida com sua participação em conselhos de escolas, de condomínios e do próprio bairro. Tudo isso sem prejuízo de o cidadão ligar para o 190 ou se dirigir pessoalmente à sede do Disp, próximo ao Manaíra Shopping.

De qualquer modo, para melhor compreensão do leitor, reproduzo abaixo os prints das conversas de WhatsApp do grupo Manaíra Segura que, através de outras fontes, chegaram com o nome do grupo cortado para parecer o que muito provavelmente tentaram fazer com que parecesse. Ah, conversei também com a juíza de Direito Túlia Gomes Neves, cujo nome aparece na primeira reprodução recorrendo ao policiamento do programa para buscar, com segurança, um filho numa pizzaria de Manaíra. Mesmo morando no Cabo Branco, ela se valeu do contato para contar com o serviço comandado pelo Capitão Antônio, que garantiu estar à disposição também de pessoas que morem em outros bairros e precisem da presença de alguma equipe e respectiva viatura em algum local de Manaíra, São José ou outro bairro do território onde atua o Disp de Manaíra.

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  • Rubens Nóbrega

 

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Uma resposta para PM de Manaíra acusada de fazer guarda particular. Mas a história é outra…

  1. Andrade Guthierres escreveu:

    Vejam só como eles são rápidos para se defenderem, ver se nesse grupo tem algum morador lá da Comunidade São José? E será que a polícia MILITAR DA PARAÍBA tem viatura e efetivo suficiente para atender toda solicitação de escolta privada da cidade de João Pessoa? Duvido muito, mas para um grupo seleto sempre têm!