O que estaria por trás do apagão em 73 municípios da Paraíba

apagao-ilustracao

Na visão do técnico que mostrou segunda-feira (14) o quanto a falta de manutenção preventiva e um suposto caos na Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) contribuíram para o apagão de anteontem no interior da Paraíba, o fato resulta também de uma política de governo que empurra a companhia para a quase insolvência com o objetivo de vendê-la depois a preço de banana e ainda conceder um gordo reajuste de tarifas a quem comprá-la.

Publicada inicialmente por este blog, a informação sobre a falta de manutenção preventiva da Chesf no sistema como um todo ou em subestações como a Campina Grande II foi confirmada no mesmo dia, quase três horas depois, por Wilton Maia Velez, presidente do Sindicato dos Urbanitários da Paraíba (STIUPB).

Em declarações publicadas pelo Jornal da Paraíba e outros portais, Maia afirmou que apagões como aquele decorrem, entre outras causas, dos cortes de investimento que o governo federal vem fazendo desde 2014. Naquele ano, foram investidos R$ 99 milhões na Chesf; em 2015, R$ 61,4 milhões. Isso, numa empresa que ao mesmo tempo gera, transmite e comercializa energia elétrica para todo o Nordeste.

Ontem (15), o técnico do setor voltou a manter contato com o blog para descrever em termos práticos como políticas com esse viés privatizante desestruturam os serviços de uma distribuidora como a Chesf. Pior: na outra ponta, no lado mais fraco ou menos potente dessa relação, antes durante ou após a privatização, se houver, milhões de consumidores nordestinos em geral e paraibanos em particular serão, como já estão, prejudicados.

Acompanhem a seguir como a fonte que abastece o blog explica e detalha o serviço de manutenção preventiva na Chesf e os pressupostos e consequências da falta dela.

Falei da falta de manutenção preventiva pelas seguintes causas:

  1. a Chesf possui uma equipe que faz inspeção de termo-visão nos equipamentos e em conexões, trabalho que só pode ser feito à noite e obviamente gera pagamento de hora extra noturna;

  2. a termo-visão identifica pontos quentes nas conexões e esses pontos quentes, quando identificados, são repassados para as equipes de manutenção preventiva para as devidas correções;

  3. esse trabalho deixando de ser executado pode gerar em casos extremos o que aconteceu em Campina Grande II (CGD);

  4. isso, além do transtorno para a população, gera perda de receita para a companhia, pagamento de parcela variável e multa.

  5. a falência do setor elétrico iniciou com Dilma e está se concretizando com Temer;

  6. seguindo a lógica do mercado, deixa a companhia em quase insolvência, depois entrega para o setor privado que recebe uma empresa quase de graça, além de um gordo reajuste de tarifas.

 

 

É BOM ESCLARECER
O Blog do Rubão publica anúncios Google, mas não controla esses anúncios nem esses anúncios controlam o Blog do Rubão.