Mudanças e moradias. Da casa do campus ao centro da cidade

A Casa da Escola, no Campus da UFPB em Bananeiras

A Casa da Escola, no Campus da UFPB em Bananeiras

Depois da casa do antigo Posto Agropecuário, do Ministério da Agricultura, e da casa da Ladeira do Paravéi, que pertencia a Nossa Senhora do Livramento, moramos em mais três casas em Bananeiras. Findo o contrato com a santa padroeira, a família Barbosa da Nóbrega foi se arranjar em outra moradia boa. Boa é pouco. Pra lá de ótima.

Olha só que beleza: fomos morar na Escola, referência que bastava à velha e boa Escola Agrícola de Bananeiras, hoje Campus III da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A nova casa ficava e ainda fica ao lado de uma capelinha onde funcionários e professores como meu pai assistiam missa aos domingos e vez por outra batizavam ou casavam seus rebentos.

A igrejinha tinha um patamar largo e profundo na frente. Servia de ponto de encontro, para brincadeiras ou brigas dos filhos e filhas de quem trabalhava ou ensinava na Escola, onde moramos de nove meses a um ano e meio, não lembro bem. Só lembro que nesse período o Professor Vicente foi pra Rio ou São Paulo fazer uma especialização em Ensino Agrícola.

Na Casa da Escola, como a gente chamava, entre outras coisas aprendi a pilotar bicicleta e a pescar no riacho de Seu Zé Marques. Também peguei papeira. Que por um triz não ‘desceu’ quando burlei a vigilância materna e tentei escalar um abacateiro no quintal. Flagrado por Dona Aparecida, a doença livrou-me de uma boa surra, mas não de um bom castigo.

Fiquei privado de sair de casa por toda a primeira semana posterior ao fim da convalescença. Só não foi pior porque tive a companhia de Rosane, minha irmã quase gêmea, que também adoeceu de caxumba e inventou de andar de bicicleta na estrada que liga a Escola à cidade, por onde mamãe vinha após comprar umas ‘coisinhas’ no mercado público.

Nossa mãe flagrou a ciclista descendo a ladeirinha em curva que partia de casa e ligeiro alcançava as palmeiras imperiais que vigiavam, enfileiradas, as duas margens do caminho. Tal e qual no caso deste mano aqui, a papeira também livrou Rosane de uma boa surra, mas não de um bom castigo. Castigo solidário ao meu. Gostei da solidariedade, não vou mentir.

No centro da cidade

A moradia seguinte seria na rua principal de Bananeiras. Bem no centro, parede e meia com a bodega de Luiz Aragão, então o senadinho da cidade, e a casa de Sula Rocha, administrador do engenho onde fabricavam a Cascavel, uma das duas melhores cachaças do mundo. A outra é a Rainha, também produzida no lugar onde até hoje mora a saudade que mais gosto de sentir.

Casa do centro, em Bananeiras, hoje ocupada pelo comércio

No centro de Bananeiras, a casa onde os Barbosa da Nóbrega moraram está hoje ocupada por lojas

  • (sábado ou domingo que vem tem mais)
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5 Respostas para Mudanças e moradias. Da casa do campus ao centro da cidade

  1. Antonio Carlos Ferreira de Melo escreveu:

    Lembro de todas as moradas suas em Bananeiras, porque nasci e me criei na nossa terrinha, tendo o prazer de ter sido aluno do grandioso professor Vicente. Boas recordações

  2. paulo oliveira escreveu:

    Gostei Rubens, e já aguardo o próximo capítulo! Sempre bom divulgar Bananeiras.

  3. Egyto escreveu:

    Parabéns, por trazer estas recordações, estudei em Bananeiras em 1966, no CAVN que tinha como professores Alencar,Edmílson, Hérnia, Marcondes entre outros…

  4. Maria Lúcia Lucena Cavalcante escreveu:

    Lembro bem, eu estudava com Rosane no Colégio das freiras e sempre visitava a sua casa, você na época eu conhecia por Rubinho…..

    • Rubens Nobrega escreveu:

      Continuo Rubinho. Rubão é o blog, um pouco pela sonoridade, um tanto por alguma pretensão. Que, segundo o amigo Duda Carvalho, é feito caldo de galinha e água benta. Não fazem mal a ninguém. Grato por compartilhar essas recordações, Maria Lúcia