Procedimento em parto no HU pode arruinar vida sexual da mulher

Bela Gil (Foto: Divulgação/Pedro Serrão)

Bela Gil (Foto: Divulgação/Pedro Serrão)

Embora defendida e praticada por muitos(as) obstetras, a episiotomia – corte na região do períneo (entre a vagina e o ânus) para facilitar a saída do bebê – pode mutilar, fazer cicatrizes, queloide e causar até reações alérgicas ao material usado na sutura. Consequências que podem arruinar a vida sexual da uma mulher, temporária ou definitivamente. Caso de celebridades como Bela Gil e da cantora de ópera Amy Herbst são referências de histórias escabrosas sobre o procedimento que o blog abordou na manhã desta quarta-feira (19), envolvendo um caso no Hospital Universitário de João Pessoa.

Bela Gil contou sua história em uma série de vídeos sobre a maternidade em seu canal do Youtube, Bela Gil fala sobre a maternidade. “No primeiro deles, ela conta sobre a episiotomia feita durante o parto de sua primeira filha, Flor, 7 anos, e das consequências desastrosas que a intervenção trouxe à sua vida. Recentemente, Bela deu à luz o seu segundo filho, Nino, 3 meses, em um parto humanizado feito em casa. Vídeos do nascimento de Nino também podem ser vistos no canal da apresentadora”, diz matéria publicada na Revista Crescer, de O Globo, em 23 de setembro último.

A mesma publicação traz em uma postagem de 10 de setembro de 2014 a história da cantora de ópera Amy Herbst que no início daquele ano processou o governo dos Estados Unidos por causa dos danos que a cirurgia realizada pelo Hospital Militar de Kentucky trouxe para a sua carreira. “De acordo com a cantora, o corte foi feito sem sua autorização e não cicatrizou direito. Como consequência, ela não consegue controlar seus movimentos intestinais enquanto canta e sofre com flatulências e vontade de defecar”, descreve a Revista Crescer.

Já a jornalista Beatriz Vichessi, em colaboração publicada ontem (18) no UOL, portal do Grupo Folha de São Paulo, revela que “embora a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponte que provavelmente somente em 10% ou 15% dos casos a episiotomia seja necessária, o corte é feito no Brasil em 53% dos partos, mesmo a conduta sendo apontada como desnecessária na maioria dos casos desde a década de 1970. O dado consta do documento ‘Nascer no Brasil – Inquérito Nacional Sobre Parto e Nascimento’, fruto de pesquisa realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)”.

Brutalidade até o fim

A repórter Rita Lisauskas, do Estadão, trouxe em 26 de fevereiro deste ano o caso ilustrado pela foto abaixo. Narra o drama vivido por um estudante de Medicina durante o parto de uma menina de 16 anos, grávida pela primeira vez, que “com contrações ritmadas e sete centímetros de dilatação” terminou por protagonizar o papel de vítima de uma médica apressada para ‘terminar logo o serviço’. parto-desumano
“Tudo corria bem, eu fazia massagens na sua região lombar quando, de repente, a médica plantonista apareceu no local para atender outra paciente que estava na mesma sala, já que não há pré-parto individual. Ignorando o meu relato de que a paciente estava evoluindo super bem prescreveu ocitocina (hormônio usado para estimular as contrações) diretamente no soro, sem uso de bomba de infusão, a correr, sem um controle preciso do número de gotas, apesar de a paciente e a mãe dela terem dito que não queriam”, conta o rapaz.
Impaciente porque a criança não saia, a médica – que a todo tempo repetia “a obstetra aqui sou eu!” diante de protestos de familiares e estudantes – ordenou gritando que uma aluna realizasse a manobra de Kristeller (manobra proibida, por ser perigosa para mãe e bebê, que consiste na aplicação de pressão na parte superior do útero com o objetivo de facilitar a saída do bebê). “Ela se negou e eu disse para ela que nós não realizávamos aquilo. A médica brigou conosco, xingou todo mundo e mandou a enfermeira subir na escadinha e fazer. A enfermeira quase montou na paciente, que berrava para que parassem. A menina dizia que doía muito e que não conseguia respirar. ‘Cala a boca!’, gritou a obstetra. E subiu na paciente também”.

Resumindo, a médica puxou o bebê com o fórceps e no final mandou o estudante suturar a episiotomia, que ele levou mais de uma hora para concluir. “Eu e minha colega anotamos tudo no prontuário. A doutora não gostou do nosso registro e passou a limpo o prontuário, fazendo nova folha de registro! E foi dormir”. De tão profundo o corte, ele pediu à enfermagem gelo perineal, para reduzir o edema. “Só se a Dra. prescrever!”, disseram ao rapaz. “Daí me humilhei na frente da obstetra para conseguir que fosse colocada a compressa de gelo. Consegui, mas ouvi que tinha sido bom “para ela ver que pôr filho no mundo não é brincadeira!”.

É BOM ESCLARECER
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4 Respostas para Procedimento em parto no HU pode arruinar vida sexual da mulher

  1. Ana escreveu:

    Sem contar que o médico. Que fez meu parto no Edson Ramalho quebrou as clavículas da minha filha e fizeram episiotomia em mim.

  2. Ana escreveu:

    Já sofri isso das minhas duas filhas em outras maternidades o que não. Muda de uma pra outra porque os profissionais são. Os mesmos.Dão plantões. Em varias maternidades.

  3. Josélia Almeida ferreira escreveu:

    Quanta falta de humanidade, quanta ignorância, tantos doutores ignorantes, que atitude desprezível.

  4. Aparecida Ramalho escreveu:

    Que horror !