Romero pagou mais do que Veneziano à construtora paraibana delatada a Moro

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A Construtora Planície, de Santa Rita, acusada por delator da Lava Jato de ‘lavar’ R$ 1,5 milhão para o ex-senador Vital do Rêgo Filho (PMDB) na campanha de 2014, recebeu mais de R$ 25,8 milhões da Prefeitura de Campina Grande nos últimos dez anos, por obras e serviços de infraestrutura na cidade. E, de 2012 a 2015, o Estado pagou R$ 5,2 milhões àquela empresa, conforme extrato reproduzido acima.

Do total faturado em Campina Grande, foram pagos exatos R$ 10.491.735,87 na gestão de Veneziano Vital (PMDB), irmão de Vital Filho e prefeito da cidade entre 2005 e 2012. Os R$ 15.383.338,15 restantes foram pagos no primeiro mandato de Romero Rodrigues (PMDB), o atual prefeito, reeleito para o cargo no domingo (2).

As cifras foram levantadas pelo blog no Sagres, ferramenta do portal do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que permite o a qualquer cidadão acompanhar os gastos efetuados por prefeituras municipais e pelo Governo do Estado, que também contratou a Planície para obras e serviços semelhantes aos de Campina e pelos quais pagou R$ 5.261.537,43 no período mencionado do governo de Ricardo Coutinho (PSB).

Não está se levantando aqui qualquer suspeita sobre os pagamentos efetuados. Até prova em contrário, todos são absolutamente regulares e devidos à empresa por ter executado, por exemplo, a recuperação do sistema de drenagem da Cagepa em Marés, na Capital.

Reurbanização em Campina

O primeiro serviço da Planície para a PMCG data de 2006, quando faturou R$ 92.723,24 por serviços de drenagem, abastecimento d’água e esgotamento sanitário da invasão da Vila do Lixão. Seis anos depois, a construtora voltaria a ser contratada pela Prefeitura, dessa vez para algo muito maior.

Em 2012, coincidentemente ano de eleição, Campina pagou mais de R$ 10,3 milhões pela urbanização do Novo Horizonte. No ano seguinte, já no governo de Romero, pagou mais de R$ 8,2 milhões por “urbanização da Região Sudoeste”, obra que consumiu dos cofres municipais mais R$ 3,2 milhões em 2014, outros R$ 2,8 milhões em 2015 e R$ 942,2 este ano.

Romero estaria tentando rescindir

O blog recebeu informações segundo as quais o prefeito campinense teria decidido rescindir contratos com a Planície, mas por atraso em obras. Nada teria a ver com o ‘enrosco’ da empresa na Lava Jato. Mensagens via redes sociais e ligações telefônicas foram feitas para Romero Rodrigues, mas ele não respondeu nem atendeu às chamadas.

Acusações contra Vital e o que ele diz

Conforme noticiou o Estadão, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, entregou à Lava Jato notas fiscais e comprovantes de transferências da empreiteira para a Planície. Segundo o delator, tudo feito para lavar R$ 1,5 milhão via caixa 2 na campanha a governador do então senador do PMDB e hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho.

Procurado pelo Estadão, que originalmente publicou matéria sobre o assunto, Vital disse “que não recebeu recursos da referida empresa para sua campanha eleitoral” e reiterou “que jamais negociou, com quem quer que seja, valores relacionados a doações ilícitas de campanhas eleitorais ou qualquer tipo de vantagem pessoal indevida”.

Em depoimento anteriore, Léo afirmou que Vitalzinho exigiu R$ 5 milhões para livrar o empreiteiro de depoimentos às CPIs da Petrobrás que o paraibano presidia no Congresso Nacional. A tentativa de extorsão teria sido articulada pelo à época senador Gim Argello PTB), do Distrito Federal, atualmente preso no Paraná pela Operação Lava Jato.

Os empenhos em favor da Planície

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É BOM ESCLARECER
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