Cantor opina sobre política e diz que sistema é “todo corrupto”

Versillo: "Não sou petralha nem coxinha, sou contra a corrupção" (Foto: Divulgação)

Versillo: “Não sou petralha nem coxinha” (Foto: Divulgação)

Jorge Vercillo não é apenas um artista que canta sentimentos e emoções. Como cidadão, não ‘foge à luta’ quando buscam saber suas opiniões. Incluindo opiniões políticas, como a que manifestou recentemente, em entrevista à agência Camejo Comunicação, de Porto Alegre (RS), onde fará show no dia 10 de setembro. No Teatro Opinião. “Não sou petralha nem coxinha, sou contra a corrupção”, disse o cantor e compositor, atração maior às sete da noite de hoje (23) na Praça da Bandeira, em Campina Grande, no espetáculo de encerramento do 41º Festival de Inverno da cidade.

A matéria distribuída pela Camejo informa que Vercillo é neto de Joaquim Barbosa de Souza, um dos fundadores do PCdoB, “e sempre gostou do ideal socialista”. Ressalvando, contudo: “Mas atualmente, em um momento em que o país passa por tamanho desajuste político, ele prefere não limitar suas ideias a uma posição unilateral”. Na sequência, transcreve fala do cantor na qual ele expõe o seguinte questionamento:

Então você é capitalista ou socialista. E daí? Não sou petralha nem coxinha, sou contra a corrupção, e hoje o sistema político é todo corrupto. Eu não preciso escolher um lado, quero é ver o meu país melhor e uma reforma política que beneficie a todos.

A Camejo lembra que Jorge Vercillo é um dos artistas com mais músicas inseridas em novelas brasileiras, graças às trilhas românticas que compõe para embalar as tramas encenadas pela TV Globo. “Mas o cantor e compositor tem seu lado político, que não perde uma oportunidade de discutir ideias para construir novas perspectivas em cima de determinado assunto”, ressalta, atribuindo ao entrevistado a frase segundo a qual “esse também o papel do artista. de ser um agitador cultural”.

“O que o músico critica é exatamente essa unilateralidade que tomou conta do país e das pessoas, que defendem fervorosa e arbitrariamente uma ideia sem abrir espaços para discussões em cima do tema”, avalia Camejo. Versillo, por sua vez, diz que “mais importante do que se achar dono da razão em uma discussão política, é ter a capacidade de observar ambos os lados, pois mais efetivo do que cegamente se posicionar erguendo uma bandeira, é enxergar as duas pontas da discussão”.

“Fora todo mundo”

“Não entendo este fervor em gritar fora Dilma!, fora Temer!, enquanto, na verdade, tinha que ser fora todo mundo, fora esta maneira corrupta de se fazer política!”, desabafa o cantor. Para ele, a sociedade aprenderia mais e as injustiças seriam menos frequentes se estivesse mais aberta a opiniões diferentes, sem querer que apenas uma voz predomine e seja considerada a correta. “O fundamentalismo é de uma infantilidade incrível. Ao invés de pensarmos em melhores soluções, preferimos nos agredir mutuamente pela verdade unilateral que não existe”, complementa.

A nota da Camejo infere que Versillo atribui ao PT “um desserviço à população” por ter criado programas de transferência de renda como o Bolsa Família. A conclusão da agência derivaria de quando o artista carioca expressou assim seu pensamento sobre a questão: “Através do modo como implantaram o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, que são boas ideias, transformaram política pública em paternalismo nocivo. O sistema engole a todos os indivíduos que querem fazer algo de bom. Ou você se queima ou não vai conseguir fazer nada. A única forma de mudar esse cenário é através de uma profunda reforma política”.

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