Estado já tomou 3 mil celulares de presos

(Foto: paraibageral.com.br)

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A quantidade de celulares apreendidos nos presídios do Estado impressiona. No ano passado, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB), foram 3 mil aparelhos, a maioria tomada nos presídios do Róger e PB-1, em João Pessoa, e no Serrotão, em Campina Grande.

A Secretaria garante que trava uma luta diária para coibir a entrada dos aparelhos. A Polícia também. Na quinta-feira (4), a operação Cárcere desarticulou uma organização criminosa que atuava de dentro dos presídios estaduais.

Cada celular que entra em um presídio é uma arma poderosa. Uma ligação basta para comandar o tráfico de drogas, ordenar homicídios, organizar assaltos. Certamente por isso um celular pode custar até R$ 15 mil dentro das penitenciárias, conforme revelação de agentes penitenciários em abril deste ano ao Jornal da Paraíba. É uma moeda valiosa. Quase única pelo poder que proporciona.

Como revista íntima, scanner corporal e avisos nos portões das penitenciárias parecem não intimidar, a esperança estava no bloqueio do sinal de telefonia móvel nos estabelecimentos prisionais. Uma medida que poderia, sim, inibir a entrada de celulares e evitar que detentos continuassem cometendo crimes mesmo durante a privação de liberdade. O que adiantaria ter um telefone que não liga?

STF derruba leis estaduais

Mas, embora preocupante, a situação continuará do mesmo jeito, pelo menos por enquanto. E não só na Paraíba. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar a validade de leis estaduais que obrigavam as operadoras de telefonia celular a instalarem equipamentos de bloqueio de celular nos presídios.

Por 8 votos a 3, o Supremo declarou a inconstitucionalidade das leis, alegando que cabe à União, e a ninguém mais, legislar sobre telecomunicações. Para o STF, as empresas de telefonia celular não podem ser penalizadas com o ônus de instalar bloqueadores.

O telefone é tão cobiçado nos presídios que o Rio Grande do Norte, onde não existia lei como aquelas anuladas pelo Supremo, virou palco de guerra na semana passada após a instalação de bloqueadores na Penitenciária Estadual de Parnamirim, na Grande Natal. A resposta ao governo veio com ataques violentos a ônibus, unidades policiais e prédios públicos.

Com a decisão do STF, as leis estaduais do Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina tornam-se sem efeito. Enquanto isso, a sociedade continua com medo aqui fora. E os criminosos cada vez mais livres, mesmo atrás das grades.

(por Valéria Sinésio)

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Uma resposta para Estado já tomou 3 mil celulares de presos

  1. Newton Mota escreveu:

    Caríssima Valéria Sinézio,
    o que mais nos incomoda é o silêncio da Sociedade Civil organizada e principalmente o silêncio da Sociedade no seu todo. Mente desocupada, secretaria do Capeta. Quais as atividades diárias de um preso ? Porque não se cria nos presídios a sustentabilidade alimentar ? Porque, além do preso nós(leia-se INSS), tem que assistir às famílias dos apenados ? Porque a Sociedade tem que engordar preso, fornecendo-lhe três refeições diárias, não podendo ser repetidas( privilégio que os trabalhadores que ralam, muitas vezes não tem todos os dias !!!). Por que o preso não produz o seu próprio alimento ?
    O que se percebe, claramente, é que os presídios estão virando escritórios de onde se parte todas as orientações negociais. Um absurdo ?!!! Lembre-se que os sistema penal brasileiro opera da mesma forma que no século passado. Enquanto a Sociedade permitir que o preso e o penado seja colocado no colo, vai permanecer pagando o alto preço. E caro !