AMPB considera vídeo do ‘Caso dos Atletas’ desrespeito à Justiça

A Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB) considera “inadequada e desrespeitosa a atitude do advogado que atuou em recente caso envolvendo suspeitos de praticarem  tráfico ilícito de entorpecentes, na cidade de João Pessoa”. A manifestação da entidade está em nota divulgada nesta sexta-feira (8) à noite, após a repercussão de vídeo postado nas redes sociais pelo advogado Aécio Farias, no qual ele aparece com ar de quem se vangloria da rapidez com que obteve da Justiça a soltura de um cliente.

O cliente de Farias é o personal trainer Pedro Uchoa, preso na quinta-feira (7) à tarde na companhia do DJ Caio Gabínio, quando ambos regressavam de Natal (RN) para João Pessoa e no carro em que viajavam a Polícia encontrou 45 comprimidos de ecstasy, 30 gramas de cocaína, skank, maconha comum e em pasta, além de R$ 2,8 mil em dinheiro. Os dois, identificados também como atletas, porque já integraram a Seleção Paraibana de Basquete e Brasileira de Handebol de Praia, respectivamente,  foram liberados na manhã de ontem após audiência de custódia.

 

À tarde, começou a circular na Internet o vídeo no qual Farias, com visível expressão risonha, pergunta a Pedro se “demorou” (a soltura) e se ele “ficou com raiva pela demora”. Meio encabulado, o cliente responde que não. Já em uma fotografia, oito advogados posam sorridentes ao lado do personal trainer. Por sua vez, numa terceira postagem replicada em grupos de zapzap, Caio Gabínio agradece aos que o amam pelo apoio, confessa que “maluco a gente sempre foi… Só q agora todo mundo sabe…” e encerra comunicando: “Tô em casa mói de puta!!!”.

“Para a AMPB, a atitude do profissional foi um desrespeito à Justiça”, afirma a entidade na nota assinada por seu presidente, o juiz Horácio Ferreira de Melo Júnior, acrescentando que “a magistratura paraibana reafirma a sua confiança nas instituições, sobretudo no Poder Judiciário, e reitera que os juízes atuam em defesa da Lei, agindo em defesa do Estado Democrático de Direito” e, portanto, cobra “respeito à atuação dos magistrados deste Estado”.
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