Meme publicado pelo senador em sua página no Facebook

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) alertou hoje (7) em sua página do Facebook que a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara é uma estratégia para salvar o mandato do qual o deputado está suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), onde responde a duas ações penais por recebimento de propinas e lavagem de dinheiro. Por trás da tentativa de salvação estaria ninguém menos  que o presidente interino Michel Temer, acredita o petista.

“Renúncia de Cunha tem cheiro de pizza”, diz Lindbergh, atribuindo a Temer a função de pizzaiolo ou “cozinheiro responsável”, conforme escreveu em sua postagem. “A cena do crime está montada: Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara, mas mantém o mandato. Com isso, passa a articular a candidatura do seu sucessor, que terá a missão de evitar a cassação do seu chefe. Tudo isso com a conivência de PSDB e DEM e a regência do presidente interino Michel Temer. Para nós, a renúncia não basta: queremos que Cunha seja cassado!”, completa o senador.

Ao contrário do que manifestou Lindbergh Farias, nenhum dos congressistas ouvidos pela grande mídia nesta quinta-feira sobre a renúncia de Cunha acredita que a suposta ‘pizza’ colocada por Temer no forno de um acordão seja digerível pela maioria da Câmara e capaz de livrar da cassação o ex-presidente da Casa. “Uma das intenções dele [Cunha] é confundir o cenário para que a Casa passe a discutir imediatamente a eleição de um novo presidente e sua cassação fique esquecida, em segundo plano. Nós não vamos cair nessa”, disse ao G1 Alexandre Molon (RJ), líder do Rede na Câmara.

Já o deputado Carlos Marun, do PMDB de Mato Grosso do Sul, também entrevistado pelo portal das Organizações Globo, viu na renúncia de Cunha “um gesto de grandeza” e não “uma estratégia para salvar o mandato”. Por sua vez, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) espera que na decisão “não esteja embutido um acordo com Michel Temer e deputados para inocentar esse senhor dos notórios crimes que ele praticou”. O senador do Amapá garante que somente vai se dar por satisfeito “quando ele estiver na cadeia”.